Tomi Adeyeme ▪ Filhos de sangue e osso ▪ Rocco ▪ 2018

Filhos de sangue e osso é, pasmem, um livro escrito por uma mulher negra sobre personagens quase que exclusivamente negros (teve apenas um personagem branco, eu acho) e sobre a religião dos Orixás. Logo, incrível.

O livro traz alguns pontos sutis (e outros nem tantos) sobre racismo e intolerância religiosa e abuso de poder.

Confesso que esperava mais da religião. Fiquei sem saber o quanto é fantasia e o quanto é crença religiosa. Não consegui fazer essa separação. Até porque sou leiga.

Enquanto lia, o que venho na minha mente num ponto foi Avatar: A lenda de Aang e eu sabia. Era isso. Eu posso totalmente ver Filhos de Sangue e Ossos como uma releitura disso. Mais alguém? Além de alguns elementos, a própria trama me permitiu essa associação. Mas sem spoiler.

Infelizmente, demorei a me interessar pela história. Foi preciso metade do livro e para chegar nisso foi muuuitas páginas. E, no fim, não vi desenvolvimento dos personagens (exceto a princesa). Saltaram muito rápido de pensamento X para Y. Teve muita carnificina que não favoreceu aprendizagem, a propósito.

E a história acaba se perdendo nas mortes, no ódio. Muitos morrem, mas não tem uma morte que os protagonistas sentem, se culpam. E num momento, matar é tão certo; no outro, tão errado. Fiquei confusa.

E muito incomodada.

Estou confusa sobre a melhor maneira de lidar com a problemática apresentada. Temos os heróis, o vilão e o anti herói/vilão; e o que tem a melhor crença de como lidar é esse ultimo, acreditem. Ao menos, na minha opinião.

Como leitora, fiquei confusa. E como escritora mais confusa ainda com a trama. A autora com certeza elaborou algo complicado. Tem vários pontos que eu a questionaria porquê, porque não fez sentido para mim. Ao mesmo tempo que estou curiosa para ver como ela irá resolver isso, confesso que não tenho muita esperança.

E eu quero evitar mais sensações incômodas, admito. Não vou entrar aqui numa autoanálise de porque me incomodou e o que será que isso significa... Até porque ainda não a terminei.

Em suma: personagens negros, religião não católica e trama que te fará refletir.