Livro #05: Deixe a Neve Cair
Deixe a Neve Cair
Título: Deixe a neve cair
Autores: John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle
Editora: Rocco
Páginas: 336
Ano: 2013
Sinopse: Na noite de natal, uma inesperada tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio romântico, do tipo que se vê apenas em filmes. Bem , mais ou menos. Porque ficar presa à noite dentro de um trem retido pela nevasca no meio do nada, apostar corrida com os amigos no frio congelante até a lanchonete mais próxima ou lidar sozinha com a tristeza da perda do namorado ideal não seriam momentos considerados românticos para quem espera encontrar o verdadeiro amor. Mas os autores bestsellers John Green , Maureen Johnson e Lauren Myracle revelam a surpreendente magia do Natal nestes três hilários e encantadores contos de amor , interligados, com direto a romances, aventuras e beijos de tirar o fôlego.
Deixe a Neve Cair é escrita por três autores em conjunto, cada um contando uma historia diferente que se entrelaçam de diferentes modos uns as outras. Temos O Expresso de Jubileu escrito por Maureen Johnson, O Milagre da Torcida de Natal por John Green e O Santo Padroeiro dos Porcos por Lauren Myracle.
O Expresso de Jubileu
“Sei que Jubileu é meio que um nome de stripper. Você provavelmente acha que eu recebi o chamado do pole. Mas não.”
Jubileu é uma adolescente sarcástica, louca e traumatizada pelo nome que possui (não que eu a culpe, que raios de nome é esse?). Desde que consegue se lembrar, ela vive cercada pela Cidade do Papai Noel Flobie, uma série de peças de cerâmica colecionáveis, tendo recebido seu nome em homenagem ao Salão Jubileu da Flobie. Todos os anos, na véspera do natal, seus pais saem para comprar mais peças limitadas, saindo no tapa com os outros se preciso. Dessa vez, eles acabam se envolvendo numa confusão e sendo presos, e, em vez de participar do Smörgåsbord Anual da Familia Price e poder comemorar um ano de namoro junto com o namorado, Jubileu tem que ir para a casa dos avós na Florida de trem.
No meio do caminho, o trem acaba atolando na neve e Jubileu se ver numa terrível escolha: ficar presa com lideres de torcida chamadas Ambers e Madisons, ou enfrentar a neve e o frio até uma Waffle House. Ela fica com a segunda opção. Mas sua alegria não dura muito, pois longo depois, elas surgem novamente. Vendo seu desespero, Stuart, um cara que ela conheceu lá na lanchonete, acaba convidando-a a passar o Natal em sua casa, junto com sua família, e Jubileu aceita.
“Era difícil desligar o alarme de ‘perigo, estranho’ que soava na minha cabeça... muito embora fosse o estranho que estivesse arriscando. Eu havia demonstrado todos os sinais de loucura naquela noite. Eu não teria me levado para casa.”
Nunca li um livro da Maureen antes, mas gostei da escrita dela e da construção dos personagens. E achei esse o melhor conto entre os três, fiquei encantada com a Jubileu e sua personalidade. Todos os personagens meio que tem um pouco de loucura (eu me identifiquei), a mãe do Stuart, Debbie, foi a melhor, parecia que ela iria, a qualquer momento, colocar Jubileu dentro de um pote e guardar para ela nunca mais ir embora. Irei até procurar novos livros dela para ler.
O Milagre da Torcida de Natal
Tobin, JP e Duke assistiam a uma maratona de filmes de James Bond quando recebem uma ligação, convidando-os a uma noite com lideres de torcida no Waffle House, a lanchonete da cidade. Nela haviam três garotos e cada um chamou um grupo de amigos, entretanto apenas o primeiro grupo que chegar com twister, poderá ficar. Chantageada pelas batatas rösti que ama e só tem lá, Duke, a única garota do grupo, parte junto com os meninos para Waffle House.
“Eu sou uma menina. Não é gay eu me sentir atraída por homens. Agora, se eu dissesse que você tem um corpo gostoso, isso seria gay, porque você tem o físico de uma dama.”
Tentados pelas lideres de torcida, os garotos estão dispostos a enfrentar tudo para serem os primeiros. Acompanhamos a saga deles pela neve profunda que cobre toda a cidade, tendo que enfrentar não apenas os outros grupos, mas também a descoberta de sentimentos inesperados.
Esse era um conto que eu tinha grandes expectativas e, para mim, não chegou a acalcar-las, John Green poderia ter feito muito melhor. O foco da historia ficou mais sobre a aventura dos personagens (que foi engraçada e sem noção, quem sairia durante uma nevasca por lideres de torcida? Ai você pensa: garotos...) do que no romance. É uma boa historia? É, mas não chega a ser a melhor escrita por ele. E JP ganha como melhor personagem nessa, sem duvidas. Quem não se animou durante um discurso dele?
“Senhora e senhor, quando meus pais saíram da Coreia sem nada além das roupas nas costas e as riquezas consideráveis que tinham juntado, eles tinham um sonho. Tinham o sonho de que um dia, o filho deles perderia a virgindade para uma líder de torcida no banheiro feminino de uma Waffle House. Meus pais sacrificaram tanto por esse sonho! não por mim e muitos menos pela pobre líder de torcida em questão, mas por meus pais e, de fato, por todos os imigrantes que vieram para esta grandiosa nação com a esperança de que, de alguma forma, de algum modo, os filhos deles pudessem fazer aquilo que os pais nunca fizeram: sexo com lideres de torcida.”
O Santo Padroeiro dos Porcos
Miserável é como Addie está depois do fim do seu namoro. Ela havia chamando Jeb, seu ex, para ir no Starbucks, quando ele não aparece, ela fica desesperada e corta e pinta o seu cabelo de rosa. E as coisas não ficam melhores. Suas amigas dizem que ela é egoísta e outros personagens fazem o mesmo, ela inclusive percebe isso no decorrer da historia e tenta mudar, mas não é tão fácil quanto parece.
“Você só precisa dar uma boa olhada em si mesma, mudar o que precisa ser mudado e seguir em frente, querida.”
O engraçado foi que os contos foram publicados na ordem que gostei, não é como se esse fosse o pior dos três, eu apenas não gosto de drama adolescente. E Addie é bem dramática. No começo, ela é o típico estereótipo de adolescente que só vê o próprio umbigo e pensa que o mundo tem que girar ao seu redor.
“Ser eu era uma droga. Ser eu naquela noite supostamente estonteante, com a neve supostamente estonteante se acumulando em montes de um metro e meio do lado de fora da janela do meu quarto era duplamente uma droga. Acrescentando a isso o fato de ser Natal, minha pontuação subia para triplamente uma droga.”
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