Livro #179: Quando as estrelas caem

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Tarver só tem 18 anos, mas já ocupa o posto de Major e foi condecorado como herói. Lilac é mimada e arrogante, e acha que o mundo existe somente para servi-la. A menina mais rica da galáxia e o guerreiro misterioso. Perdidos em um planeta abandonado, os únicos sobreviventes de um desastre que matou milhares de pessoas sabem que precisam aprender a conviver e não estão certos de que conseguirão voltar para casa um dia. Juntos, eles enfrentam aparições, vozes fantasmagóricas, coisas que desaparecem e a presença cada vez mais próxima da força desconhecida que ejetou do espaço a nave Icarus. Criando um vínculo que supera o clichê os opostos se atraem, Lilac e Tarver provam que a coragem e a lealdade podem ser muito maiores que o instinto de sobrevivência. Personagens que, de tão imperfeitos, nos fazem torcer por eles. Suspense arrebatador, amadurecimento e um desfecho eletrizante daquelas fantasias que nos cativam e fazem querer compartilhar a história com todo mundo... Quando as estrelas caem é apaixonante. (Skoob)
KAUFMAN, Amie. SPOONER, Meagan. Quando as estrelas caem. Novo Conceito, 2018. 416 p.

Na mitologia grega, Icarus voou perto de mais do sol e suas asas derreteram e ele caiu para a morte. Em Quando as estrelas caem, o mesmo acontece.

Com um toque de Titanic, com um nome tão profético e acomodações tão luxuosas quanto o mesmo, Icarus é uma nave estelar que viaja mais rápido do que a luz, dobrando o hiperespaço para chegar em qualquer canto num piscar de olhos, as estrelas sendo linhas brancas para quem as observa... até que elas estão caindo, eles estão caindo, Icarus está caindo.

E ninguém sobrevive.

Ou quase ninguém.

No meio de um planeta abandonado, completamente num clima A Lagoa Azul (teve tudo que é referência de clássicos para mim nesse livro, ouso dizer que foi um A Lagoa Azul espacial), há Tarver, ex-pobre, atual Major, sobrevivente a todo momento, e Lilac, mimada, princesa, filhinha do papai. Ponto. Ponto final.

"Talvez ela não seja tão fraca quanto pensei, e talvez eu não fosse tão forte ou tão indestrutível como eu achava que era quando aterrissamos."

Eu não quero falar muito da história para não estragar a surpresa, mas eu realmente não esperava ter gostado dessa história tanto quanto gostei. Eu estava lendo sem grandes expectativas, não conheço as autoras e a sinopse me deu a ideia de que seria totalmente clichê, aquela história de sempre de "eles se odeiam e ela é basicamente uma inútil até que aprende a não ser tanto assim...". E, sim, tenho certeza que essa foi a intenção desde o começo.

Lilac não é uma inútil. Em nenhum momento. Se não fosse por ela, eles dois estariam mortos, não teriam nem se soltando da Icarus num dos botes salva-vidas (não é exatamente esse nome, mas vamos reconsiderar). Ela é forte, inteligente e não fica reclamando.

E, claro, temos Tarver, que me pareceu o esteriótipo dos hérois/mocinhos, embora também tenha seus momentos surpreendentes e que luta contra a correnteza. Mas quem pode culpar as autoras por esses modelos perfeitos e ainda sim quebrados? Nós os amamos!

"(...) ela sorri, e ela tem covinhas, e está tudo acabado. Não é apenas a aparência dela, embora isso seja tudo por si só. É que, apesar da aparência dessa garota, a despeito de onde eu a conheci, ela está disposta a remar contra a maré. Ela não é mais uma dessas marionetes cabeça-oca. É como se eu encontrasse outro ser humano após dias de isolamento."

A história é narrada pela perspectiva de ambos em primeira pessoa. Um capítulo de um, um capítulo do outro, até que... Surpresa! Claro, há também drama entre os capítulos, revestidos de diálogos e interrogatório, que complementa o mistério que as autoras tentam criar no livro todo, que me fez ficar toda "Uou, o que vai acontecer agora?". E, sim, há uma pontinha de terror, porque, minha nossa, o que diabos está acontecendo? Seria pedir demais para estar sozinha-junta num planeta estranho e desconhecido sem enlouquecer? Aparentemente.

Eu estava com expectativas tão boas que consegui aguentar (às vezes) minha vontade de pular alguns capítulos e descobrir o que acontece. Às vezes. Em alguns momentos. Quem pode me culpar?

Eu adorei o livro completamente e repito que não esperava isso. Culpados? A sinopse. Enganosa. O que foi bom no final porque me surpreendeu e eu adoro essas surpresas. Mas, então, tem a capa e eu não gostei dela. É apenas uma observação, não prejudica em nada a história, só que... eu tenho algo contra humanos em capas, eu não acho bonito e me sinto influenciada a ver o personagem de um jeito que acaba não batendo com a minha ideia dele ao ler o livro e sempre me sinto decepcionada por isso.

"Eu gostaria de poder pedir desculpas pelo que lhe disse no deque de passeio. Gostaria de confessar que o que digo e o que quero dizer nunca são a mesma coisa, porque não podem ser."

Enfim, por mim, essa é uma história recomendada. Não encontrei nenhum erro de ortografia e as perguntas sem respostas provavelmente serão dadas nos próximos livros, bem como as soluções perfeitas para reconfortar nossos corações idealistas, porque, ei, tem continuação! Essa é uma série/trilogia/não-sei, em que cada livro tem protagonistas diferentes, histórias diferentes, que se completam, e mal posso esperar para o lançamento do próximo livro.

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