Livro #178: A química que há entre nós

by - 12:44

Grace Town é esquisita. E não é apenas por suas roupas masculinas, seu desleixo e a bengala que usa para andar. Ela também age de modo estranho: não quer se enturmar com ninguém e faz perguntas nada comuns. Mas, por algum motivo inexplicável, Henry Page gosta muito dela. E cada vez mais ele quer estar por perto e viver esse sentimento que não sabe definir. Só que quanto mais próximos eles ficam, mais os segredos de Grace parecem obscuros. Mesmo que pareça um romance fadado ao fracasso, Henry insiste em mergulhar nesse universo misterioso, do qual nunca poderia sair o mesmo. Com o tempo, fica claro para ele que o amor é uma grande confusão, mas uma confusão que ele quer desesperadamente viver. (Skoob)
SUTHERLAND, Krystal. A química que há entre nós. Globo Alt, 2017. 272 p.


Hum, eu estou sem saber como resenhar esse livro, na verdade. Ele tem seus pontos positivos e negativos e... eu me senti num relacionamento conturbado depois de terminá-lo, porque foi algo totalmente... sem precedentes. Houve momentos que eu achei ótimo, outros que não queria mais ler, mas então as partes boas voltavam e eu só queria mais.

"Às vezes você não sabe que as coisas serão extraordinárias até que elas são."

O primeiro ponto positivo é que a história é narrada por um garoto. Quantos primeiros amores são narrados de uma perspectiva masculina? No momento, só estou me lembrando de um e o romance era entre dois garotos, então...

A outra razão de ter gostado da história é que Henry e Grace são escritores e escritores têm isso de serem poéticos em sua narração, usando comparações, analogias e sonhando acordado, pensando muito longe do aqui e agora para o talvez, para um universo cheio de átomos que os deixam serem qualquer coisa. E eu tenho uma queda por isso. Eu gosto dessas reflexões, do modo como os escritores pensam.

"(...) o que você dá para uma garota cuja mente é como o universo, quando o cérebro dentro de sua cabeça está preso com firmeza no planeta Terra?"

Meu problema realmente é que, em alguns momentos, a história não parecia real. Eu sei, é um livro, não é necessariamente comprometido com a realidade, eu leio justamente por isso, mas tinha algumas coisas que simplesmente me pareceram... falsas. Existe um limite até em livros. Não é que foi realmente ruim, só que... parecia mais uma fanfic (no significado tradicional) cheia de coisas que obviamente não acontecem do que algo que poderia acontecer - ao menos no meu mundo não acontece. Ter pais tão... não exatamente compreensíveis, mas liberais? Apaixonar-se por uma garota sem o mínimo de higiene básica? Isso acontece na vida real? Realmente? Uau. Eu não sei se quero viver nesse mundo ou não.

Agora a parte que pega é justamente essa, porque ao mesmo tempo que às vezes ele não parecia real (e isso foi algo pequeno, um incômodo distante no final), quase sempre ele era. Real. A descrição dos personagens, a reação deles, os acontecimentos, os diferentes relacionamentos do livro, o final... tudo isso compensou. Foi até um choque de realidade. Não tenho como explicar sem contar spoiler, mas... Nossa.

"Amo-te como se amam certas coisas obscuras,secretamente, entre a sombra e alma"

A química que há entre nós te faz pensar sobre onde está essa química entre Henry e Grace, sobre amor, diferentes tipos dele, e o quanto ele é impressionante e assustador e pode te quebrar, que nem tudo é uma maravilha como dizem, e que não precisa ser eterno para ser real.

You May Also Like

0 comments