Filme #01: Com amor, Van Gogh
"Você quer tanto saber sobre sua morte, mas o que sabe sobre a vida dele?"
O filme Com amor, Van Gogh, em português, faz mais sentido com o título original "Loving, Vincent", porque esse célebre pintor, que morreu tão jovem, enviava cartas diariamente para o seu irmão Theo, e é sobre isso que a história é: mais uma carta para Theo.
Mas Vincent morreu.
E Theo também sucumbiu logo após, tomado de tristeza pela morte do seu amado irmão.
Mas Vincent morreu.
E Theo também sucumbiu logo após, tomado de tristeza pela morte do seu amado irmão.
Enquanto procura um destinatário para a carta que possui, a pedido do seu pai, carteiro e amigo de Van Gogh, Armand Roulin também desvenda a vida e a morte misteriosa de Vincent Van Gogh, conhecido por suas cores alegres e redemoinhos e desenhos do céu e de girassóis.
A noite estrelada, de Van Gogh |
"Há um outro mundo lá em cima. Algo que podemos ver, mas não entender completamente. (...) Talvez possamos usar a morte para ir a uma estrela. E morrer em paz de velhice seria como ir até lá a pé."
Eu quero contar quem foi Vincent Van Gogh, mas também não quero estragar essa surpresa. Eu já era fã dele antes de assistir esse filme magnifico. Como não, com essa obra magnífica dele acima? E agora eu sou ainda mais.
Vincent teve uma vida difícil, tentando ser o que os outros queriam, e então, com o apoio de Theo, ele consegue encontrar a si mesmo no meio da arte. Uma frase que eu gostei bastante do filme foi "dois corações, uma mente", em relação a eles, porque isso resume quem esses irmãos foram, como eles estavam ligados, como a morte de um foi também a morte do outro.
Conforme você assista o filme, você fica que nem todos os personagens e começa a se perguntar por que Vincent Van Gogh suicidou-se. Ele estava bem. Depois de tanto tempo internado, ele sentia-se bem. Mas, então, seis semanas após sua "liberdade", ele suicida-se.
"A vida pode derrubar até o mais forte."
O filme é animado e é arte pura. É um quadro em movimento, você pode ver cada pincelada, cada movimento que o artista fez/faz ao vivo. Realmente. Não estou brincando. Sabe aqueles desenhos que fazem movimentando-se aos poucos em vários folhas e então os passam rapidamente? É o que acontece aqui com telas pintadas por tinta óleo. Demorou quase seis anos para fazê-lo, segundo minhas pesquisas, feito por 115 pintores, num total de 65.000 mil quadros. U-A-U. Isso é surpreendente. O próprio feito de Van Gogh, mais de 800 quadros nos poucos 8 anos pintados, é impressionante.
Acho que uma das coisas que mais me encantou foi como eles colocaram as imagens feitas por Van Gogh no filme, você precisa ter algum conhecimento sobre elas para perceber porque esses tributos não foram destacados em neon, foi tão sutil que tenho certeza que não peguei todos, como o filme cita "nenhum detalhe da vida era pequeno ou comum para ele" (tem tanta citação maravilhosa naquele filme, que eu sei que estou enchendo esse post com elas. Quem pode me culpar? Eu preciso guardá-las de algum jeito!) e as obras de Van Gogh mostra o seu cotidiano e o filme aproveita disso.
"Quem sou eu aos olhos da maioria das pessoas? Um ninguém. Uma não-entidade, uma pessoa desagradável. Alguém que não tem… e jamais terá qualquer posição na sociedade. Um dia gostaria de mostrar, através da minha obra, o que este ninguém, esta não-entidade, tem em seu coração."
Eu não sei se foi por meu estado de espírito ao assistir o filme, ou por saber como termina, por saber como começou, que eu me sentir triste enquanto assistia apesar das cores alegres do filme, porque a história é triste. Como não ser? Mais uma coisa que eu gostei foi que eles abordaram o fato de que Van Gogh foi... perseguido? Ele tinha alguma doença (provavelmente), dado aos sinais que apresenta. Depressão? Transtorno de bipolaridade? Não sei. Havia algo. E, ao invés de verem isso, todos só viam um homem louco que cortou a própria orelha, que merecia escárnio e solidão.
Você talvez se pergunte "Quem é Van Gogh? Quem é Vincent? É aquele que cortou a própria orelha? Aquele que se suicidou?", talvez isso seja tudo que você veja dele, e eu tenho que lhe responder como é triste que todos os artistas (ou a maioria deles) tem uma história trágica de fundo, como parece que você precisa ter dor para fazer arte, que a dor é o combustível, suas tintas, para ela.
Vincent Van Gogh cortou a própria orelha e suicidou-se, sim, mas o quê o levou a fazer isso? É o que Com amor, Van Gogh tenta fazer, prestar uma homenagem a um artista incompreendido.
"Quero tocar as pessoas com a minha arte. Quero que digam: ele sente profundamente, ele sente agudamente - de Van Gogh."
Trailer
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