Livro #194: Um acordo e nada mais - Clube dos Sobreviventes 2

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Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Por isso, quando elas o pressionam a se casar e, sem consultá-lo, lhe arranjam uma candidata a noiva, ele se sente vítima de uma emboscada e foge para o campo com a ajuda de seu criado. No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento. Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los. No segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, você vai descobrir se um casamento nascido do desespero pode levar duas pessoas a encontrarem o amor de sua vida. (Skoob)
BALOGH, Mary. Um acordo e nada mais. Clube dos Sobreviventes #2. Arqueiro: 2018. 304 p.

Vincent é um visconde que ficou cego no campo de batalha e tem sua vida guiada completamente pela mãe, pela avó e pelas irmãs, que decidem que agora é o momento perfeito para ele se casar e encontram uma dama que "não se importa" e "entende"... Vincent foge na primeira oportunidade com seu amigo e empregado. Depois de algumas viagens, ele decide ir para o único lugar que uma vez considerou seu lar, antes de receber o título de nobreza do seu falecido tio sem herdeiro. E cai novamente numa cilada. E é salvo por Sophia Fry.

Sophia sabe que as intenções do seus tios ao deixar Henrieta, sua prima, sair sozinha com Vincent no meio de uma festa para o escuro não são nada boas, bem como as consequências para si caso interfira, só que não esperava ser expulsa de casa com o dinheiro contado para uma passagem só de ida a Londres, sem nenhum tostão a mais. Ou que o visconde de Darleigh propusesse um casamento como solução. 

"Sentiu todo o terror da escuridão sem fim, de saber que se fechasse os olhos, como fazia naquele momento, e os reabrisse, como não fez, ainda estaria cego.Para todo o sempre.
Sem alento.
Sem luz.
Nunca mais."

O tema de acordos e relacionamentos falsos já virou um desses clichês que amamos, que vivemos para ler mais um, porque cada história traz seu toque e sua forma de ver o mundo de um jeito diferente, e com Um acordo e nada mais não é diferente. Na minha opinião, teve duas diferenças marcantes de todos os outros: o protagonista masculino é cego e a trama é de época. Quantos romances de época já abordou um casamento falso? Você não se descasa, nesse tempo, apenas porque deu vontade; casamento é para sempre ou até que a morte os separe!

Desde o começo, Vincent e Sophia estão ciente desse fato, de que o casamento não terminará e de que, em algum momento, vão precisar ter um herdeiro (masculino, é claro; seria um ultraje o contrário). O acordo em si está no fato de que, dentro de um ano, se ela não ficar grávida, quando o casamento estiver estabilizado, Sophia poderá realizar seu sonho de viver numa casa pequena, com flores rodeando-a.

Claro, o (im)pensável por nós acontece. Eles se apaixonam um pelo outro.

"- Com frequência, não dizemos o que está nos nossos corações para aqueles que são mais próximos e mais queridos."

Estou surpresa pelo fato da história não ter grandes reviravoltas e um clímax angustiante e ainda sim ter ficado fisgada por ela, ter desejado mais uma folha, mais um capítulo, mais um livro dessa série de sobreviventes, por que um livro com personagens diversos e representativos e de época? Tem mais. Tem um clube deles, com tudo que são variedades e sobreviventes de guerra e uma mulher. Uma mulher!

A razão para isso, para eu ter gostado de Um acordo e nada mais, está nos acontecimentos pequenos e corriqueiros, nos detalhes que formam os personagens e compõe a história; são coisas variadas. Vincent não se vitimiza, tenta ser independente e não ser sufocado pela família. Sophia tem uma visão satírica do mundo; ela desenha imagens satíricas de todas as pessoas que não gosta, em que ela, uma ratinha, está sempre no canto, presente e visível, tão diferente do seu cotidiano. Eles dois criam histórias juntos, começando do nada e parando para que o outro possa dar continuidade e são ótimas. Ah, e eles conversam, realmente conversam. Tirando o elefante branco da sala, obviamente.

Infelizmente, há vários momentos em que as conversas se repetem, que os personagens param e reveem o que aconteceu e minha memória é ruim, mas não tão ruim assim para eu precisar me relembrar de tudo. Quanto a erros ortográficos, eu encontrei um de concordância que eu relevo, embora teve outro realmente significativo, que só sendo um erro para fazer sentido: trocaram o nome do personagem num meio de uma conversa para outro e o personagem em questão nem estava na conversa. 

"Por que a tristeza mexia mais com o coração do que a felicidade?"

Enfim, quero o resto da série para ler e esse é o segundo livro, mas, apesar de não ter lido o primeiro, não encontrei nenhuma dificuldades para entender. Claro, tem referências ao primeiro livro e spoilers, que já me fez saber qual é o clímax do primeiro livro e como tudo termina. Mas, se for que nem esse, saber o fim não será um problema, porque vamos concordar que o caminho é mais emocionante que o fim.

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