Livro #199: Uma dobra no tempo - Uma dobra no tempo 1
Um clássico da fantasia e da ficção científica emerge! Era uma noite escura e tempestuosa; a jovem Meg Murry e seu irmão mais novo, Charles Wallace, descem para fazer um lanche tardio quando recebem a visita de uma figura muito peculiar. “Noites loucas são a minha glória”, diz a estranha misteriosa. “Foi só uma lufada que me pegou de jeito e me tirou da rota. Descansarei um pouco e seguirei meu rumo. Por falar em rumos, meu doce, saiba que o tesserato existe, sim.” O que seria um tesserato? O pai de Meg bem andava experimentando com a quinta dimensão quando desapareceu misteriosamente... Agora, com a ajuda de três criaturas muito peculiares, chegou o momento de Meg, seu amigo Calvin e Charles Wallace partirem em uma jornada para resgatá-lo. Uma jornada perigosa pelo tempo e o espaço. Uma dobra no tempo é uma aventura clássica, que serviu de inspiração para os mestres da fantasia e da ficção científica do mundo, agora adaptada para os cinemas pela Disney. Junte-se à família Murray nesta jornada, entre criaturas fantásticas e novos mundos jamais imaginados. (Skoob)
Em Uma dobra no tempo, Meg Murry não tem contato com seu pai há um tempo. Ele é um cientista que trabalha para o governo e não existe notícias dele, nenhuma mensagem, nenhuma informação, nada. Todos na cidade pensam que Dr. Murry abandonou a família, mas Meg, sua mãe, seus irmãos gêmeos e o excêntrico Charles Wallace, seu irmãozinho, sabem que não.
Um dia, uma estranha senhora aparece na sua casa, é a Sra. Quequeé. E, no outro dia, Meg parte com Charles Wallace e um colega da escola chamado Calvin, com a orientação das Senhoras Quequeé, Quem e Qual, numa missão para encontrar seu pai e enfrentar Aquele, uma força sombria e assustadora, que corrompe a tudo e a todos.
"-Mostre o caminho, bobão! - gritou Calvin, alegremente. - Nunca cheguei a ver onde vocês moram, mas eu tenho a estranha sensação de que é a primeira vez na vida que vou para casa!"
Eu gostei do livro e, talvez, se não houvesse assistido o filme antes, eu teria gostado mais. Será para sempre um mistério. O filme tem mais diversidade nos personagens e eu esperava encontrar isso na leitura e acabei me decepcionado, porque no livro são todos brancos e há muita gente ruiva; além disso, o filme traz uma melhor apresentação do ponto central da trama, ficando mais fácil visualizar os acontecimentos.
Uma coisa do livro, e somente dele, que eu não gostei, foi a apresentação excessiva do cristianismo e socialismo, exaltando o primeiro e discriminando o outro. Eu fiquei me perguntando enquanto lia se eu estava sendo muito crítica e vendo coisas que não existiam ou não, todavia existe uma "carta" no final que aborda justamente isso, que enrola e enrola e tenta justificar, mas que não me convenceu.
Eu sou cristã (tecnicamente, porque minhas crenças são uma confusão e esse é o jeito fácil de exemplificar) e sempre que me encontro frente a um livro que aborda religião, eu gosto de aprender sobre ela e não tê-la apenas jogado lá, como se dissesse "sim, é assim, eu estou certa e aceite", desmerecendo as demais. Com Uma dobra no tempo, eu não aprendi nada; no final, ter ou não ter os acréscimos religiosos não faria diferença.
"-(...) não é porque não entendemos alguma coisa que essa explicação não existe."
Não que o livro seja uma negação e perca em tudo quando comparado ao filme. Na caracterização dos personagens, houve um aprofundamento neles que os tornou real, mostrando suas imperfeições, enquanto que o filme foi tão colorido e brilhante que pareceu um pouco falso, toda aquela inocência. Embora eu esteja suspirando por essa inocência, porque ele foi visualmente agradável.
Meg é uma personagem inteligente e insegura, que no decorrer da trama cresce; Calvin é um companheiro anômalo que promete crescimento, porque não houve muito foco nele nesse primeiro livro, embora tenha um ótimo fundo a se trabalhar nos livros posteriores; e a estrela do livro (e do filme) é Charles Wallace, porque ele é adorável e excêntrico, é aquele irmãozinho fofo que você quer proteger do mundo, quer impedir de crescer para não ser corrompido por Aquele.
"-(...) não podemos receber todo o crédito por nossos talentos. O que conta é como nós o usamos."
Eu gosto dessa ordem de filme primeiro e livro depois, porque o livro é muito mais completo e eu sempre posso me surpreender lendo apesar de já conhecer a história. Uma dobra no tempo é um bom exemplo disso, porque é uma história igual e totalmente nova. Algumas coisas estão lá e você pode reconhecê-las, mas ainda é algo a parte, diferente. Os personagens são diferentes e alguns dos acontecimentos também.
Livro versus Filme? Em relação à Uma dobra no tempo, eu escolho o filme. Foi um pouco surpreendente para mim, porque eu tinha expectativas altas no livro e, embora seja um bom livro, acredito que a autora poderia ter retratado mais profundamente os temas referentes a esconder quem realmente é e ser quem os outros esperam que você seja.
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