Livro #230: Escola de contos eróticos para viúvas

by - 20:26

Filha de imigrantes indianos, Nikki passou a maior parte de seus vinte e tantos anos distanciando-se da tradicional comunidade sikh, preferindo uma vida mais independente e, em outras palavras, ocidental. Quando a morte de seu pai deixa a família financeiramente desestruturada, Nikki se habilita a dar aulas de escrita criativa em um centro comunitário no coração da comunidade punjabi em Londres.Logo no primeiro dia de trabalho, Nikki descobre que, na verdade, as viúvas sikh que aparecem para o curso estão esperando aprender alfabetização básica em inglês, e não a arte de escrever contos. Nikki está prestes a desistir da tarefa quando um livro erótico cai no colo das alunas e causa um furor na sala de aula. A jovem professora percebe, que, por baixo de seus sáris brancos, ela têm uma riqueza de fantasias e memórias. Ansiosa por libertar essas mulheres, Nikki as ensina a escrever suas histórias não contadas, desencadeando um processo criativo inesperado - e perigoso.
Balli Kaur Jaswal | Escola de contos eróticos para viúvas | TAG; Planeta | 2019 | 352 p.


Eu estava curiosa para saber qual seria o livro que receberia da tag de fevereiro e dei uma espiada no app e... Nossa. Escola de contos eróticos para viúvas? Eu esperava que minha mãe não recebesse esse livro do carteiro.

Apesar do nome, a história não é sobre sexo. Não somente sobre sexo, isto é. Há cenas calientes? Sim, a autora descreve os contos que são feitos nas oficinas de escrita erótica, mas é só um ponto.

"Sério que não percebiam que estavam apenas procurando confusão com aquele comportamento grosseiro e exigente?"

Assim que li a sinopse e vi algumas resenhas, percebi que a história era sobre feminismo (até dei essa explicação à minha mãe), mas eu não esperava o que a autora trouxe. É sobre feminismo e cultura punjabi (seria cultura indiana), mas a autora trouxe uma nova perspectiva para o feminismo quando me fez questionar os estereótipos do feminismo em si.

Eu adorei isso.

Nikki diz que é feminista, mas tem ações suas que são muito não-feminista. É o que eu chamo de hipocrisia da classe, o que até me levou a quase perder uma amiga porque ela pensou que eu estava falando mal dela. Mas é uma hipocrisia. Você não pode defender a igualdade e liberdade de escolha e depois dizer que menina não pode usar rosa, porque rosa é a cor que a sociedade nos impõe, a nós mulheres.

"Algumas pessoas nem sabem que esse lugar existe, ela diria. Vamos mudar isso. Indignadas e com os olhos inflamados, elas escreveriam suas histórias para o mundo inteiro ler."

O começo foi um pouco confuso, porque paralelo a esse conto de amadurecimento e apropriamento de si e de sua cultura, à uma história policial, um segredo que todos se recusam a contar, e você ler e está faltando algo que todos sabem, menos você. Conforme a história avança, tudo se torna compreensível, contudo eu não esperava uma trama policial e ser pega de surpresa e péssimo.

Mas adorei a história.

Ouve diversos pontos maravilhosos, como descobrir uma nova cultura, ter uma nova perspectiva sobre um movimento social, questionar-se sobre a vida e a sociedade, ver uma nova face de velhas viúvas... Foi o máximo, recomendo.

Mas por que não 5☆? Faltou a parte que conquistou meu coração. Mas já quero mais livros dessas mulher.

Livro participante do #DLL20 na categoria "capa rosa".

You May Also Like

0 comments