Livro #11: King of Thorns - Trilogia dos Espinhos 2
King of Thorns
Titulo: King of Thorns
Autor: Mark Lawrence
Editora: DarkSide
Paginas: 528
Ano:2014
Sinopse: A terra arde com o fogo de centenas de batalhas enquanto lordes e pequenos reis lutam pelo Broken Empire. O longo caminho para vingar o massacre de sua mãe e irmão mostrou para o Príncipe Honorous Jorg Ancrath os atores por detrás dessa guerra sem fim. Ele viu o jogo e se comprometeu a varrer o tabuleiro. Primeiro, entretanto, ele deve reunir suas próprias peças, aprender as regras do jogo, e descobrir como rompe-las.
No final de Prince of Thorns, o Príncipe Jorg virou Rei Jorg, mas esse é apenas o primeiro passo para se tornar o Imperador. Depois de ter feito o que seu pai ordenou, tomar... Um local lá que eu não lembro o nome, embora tenha sido destruida e a todos ao seu redor por um sol dos Construtores (chuto que era uma bomba atômica), seu pai tenta matá-lo, entretanto Jorg mais uma vez sobrevive. Fugindo para as Terras de Renar, Jorg mata o Conde de lá e vira o Rei do local. Com 14 anos.
Seguindo o mesmo modo do primeiro livro, King of Thorns vai do passado para o presente, sendo denominados “Quatro anos atrás” e “Dia do Casamento”, respectivamente. A primeira parte (ou a segunda, tanto faz) é logo depois que Jorg se tornou Rei, como ele administrou o reino do seu tio, assassinado e torturado por ele (não nessa ordem), mas, é claro, se não ia ficar muito monótono, Jorg parte numa aventura para encontrar o Mago do Fogo, pois o poder de Gog de controlar fogo está ficando descontrolado, ele não consegue dominá-lo.
“Você precisa caçar seus medos, Gog. Derrotá-los. Eles são seus únicos inimigos de verdade.”
Embora Jorg diga que não está fazendo isso por Gog, que ele é apenas uma fonte de poder para conquistar o Império, isso é mentira. Jorg vê em Gog uma segunda chance. Uma chance de salvar algo que ama antes que seja tomado dele, antes que se quebre como seu pequeno William se quebrou. E Gog é uma criança tão fofa, tão sincera e honesta.
“-E o que você quer se quando crescer, Gog?-Quero ser grande e forte para fazer Jorg feliz. E eu quero ser feliz, para fazer Gorgoth deixar de ser triste.-E o que você quer para você?-Eu quero salva-los. Como eles me salvaram.”
No começo dessa aventura, Jorg encontra o Príncipe de Arrow (não tem nenhuma relação com a serie, embora eu tenha pensado nisso) e é derrotado sem nenhum esforço numa luta de espadas, o que logo é ligado para a segunda parte (ou... já passamos por isso). Nela, Jorg já com 18 anos tem seu dia D (não o da França) ou C, ele se casa com Miana. Mas, no mesmo Dia do Casamento, ele é cercado pelo Príncipe de Arrow, Orin, com um exercito superior ao dele.
“Há algo frágil em mim que se quebra antes de se entortar. Talvez se o Príncipe de Arrow houvesse trazido um exercito menor eu poderia ter a sensatez de fugir. Mas ele exagerou.”
Orin deseja se tornar o Imperador e, embora Jorg saiba que ele seria um Imperador melhor do que ele, que se importaria com as pessoas, que seria bom e justo, ele não se importa. O Príncipe é tudo que o Rei não é e nunca será, encontrar uma pessoa melhor e mais capacitada para o cargo do que ele não fez Jorg desistir do seu sonho. Ou obsessão. Sua segunda obsessão, ou quem sabe a primeira. As coisas não são simples sobre Jorg.
“Jane me disse uma vez que eu precisava de motivos melhores. Motivos melhores se eu quisesse vencer, mas talvez apenas motivos melhores para tudo. (...) Eu acreditei em Jane quando ela disse que eu precisava de motivos melhores para as coisas que eu fazia o destino de dar. Eu acreditei em tudo. Tudo, exceto que aquilo significava algo para mim.”
Nesse livro também temos capítulos narrados por Katherine, A Obsessão, em forma de diário, eles são curtos muitas vezes. Acontecimentos vistos pelos olhos de outra pessoa seria uma coisa boa, não? Conhecer outro lado da historia? Não espere isso de Katherine. Eu simplesmente não gosto dela, não conheço ninguém que gosta dela e, se conhecesse, bateria a cabeça dessa pessoa na parede (você ai, se você for um desses...). Ela, sinceramente, não fez nada de útil nesse ou no livro anterior. Inútil. (Oh, não, spoiler...)
"(...) me preocuparia mesmo se Orin tivesse dez vezes o numero que tem e Jorg estivesse sozinho."
Mas, não são todas as personagens femininas que são assim. Não têm muitas delas mesmo. Em minha opinião, só se salva Miana, a Rainha de Renar. Ela fez mais do que Katherine ousasse fazer e apareceu bem menos do que a mesma. E só tem 12 anos! Gostei da personalidade dela, de como agiu com Jorg e de como ele agiu com ela, o relacionamento deles. Espero que isso seja mais aprofundado no ultimo livro.
Gostei de Makin no primeiro livro e, nesse, ele não me decepcionou. Ele é carismático, enigmático, mata quando é necessário, não sem culpa como Jorg, mas faz. Ele é uma das poucas pessoas que Jorg pode dizer, depois de tudo que passou, que ama, que é uma pessoa que ele pode confiar que estará no seu lado. Teve vários irmãos que gostei, mas que, infelizmente, morreram cedo demais. Por que isso sempre acontece? Coddin também foi algo interessante, espero que o final dele seja... esclarecido.
“Sir Makin é quase o belo cavaleiro das lendas (...). Em outras questões Sir Makin também é ‘quase’. Quase honrado, quase honesto. Sobre sua amizade, porem, não há quase.”
Os capítulos foram construídos de forma surpreendente, Lawrence me fez querer ler cada vez mais, capitulo após capitulo, pagina após pagina. Eles foram escritos de forma a se completarem, misturando presente e passado. Muitos mistérios o aguardam nesse volume, Jorg acorda um dia sem lembrança de nada que aconteceu depois de entrar num cemitério, apenas com uma caixa que Makin o faz prometer nunca abrir e começa a ver uma criança morta sempre nas sombras, que com o tempo passa a crescer. Nenhum desses segredos foi o que eu esperava, Lawrence me surpreendeu.
“Memória é tudo que nós somos. Momentos e sentimentos, capturados em âmbar, amarrados em filamentos de razão. Tire a memória de um homem e tomará tudo dele. Desbaste uma lembrança de cada vez e você o destruirá tão certamente como se martelasse prego após prego em seu crânio.”
Prevendo a guerra contra Arrow que não poderia impedir, e que não queria, Jorg partiu para a Costa Equina, onde a família da sua mãe mora. Esses capítulos mostraram a verdadeira idade de Jorg, que apesar do que ele fez e do que aconteceu com ele, ele é apenas uma criança de 14 anos. Foi ótimo ver a diferença, o avanço que ele teve e a comparação entre o passado e o futuro.
“(...) nós morremos um pouco todo dia e gradualmente nascemos outra vez, homens diferentes, homens mais velhos com as mesmas roupas, com as mesmas cicatrizes.”
Há varias insinuações a mitologia nórdica, mas não é apenas sobre ela. Todas as religiões, deuses, deusas e Deus coexistem, algo bem Rick Riordan. Muitas coisas foram reveladas que ficaram sem explicação, algumas não entendi direito, como a magia. Ou a ciência. A explicação que o autor deu foi confusa. Mas, o melhor de tudo, foi que percebemos, leitor e personagem, que o buraco onde Jorg está, tudo que aconteceu com ele, desde ser jogado aos espinhos quanto ser manipulado, é algo grande. Imenso.
King of Thorns foi um livro de descobertas surpreendentes, embora não totalmente compreendidas por mim. o desenvolvimento de Jorg foi ótimo, espero mais dele, como Rick Riordan disse: “Jorg é o cara”. Não poderia concordar mais.
Citações do livro.“Eu queria vencer; o trono era apenas a prova que demonstrava a vitória. E eu queria vencer porque outros homens disseram que eu não poderia. Eu queria lutar porque a luta estava em mim.”
Resenha do terceiro livro.
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