Livro #10: Prince of Thorns - Trilogia dos Espinhos 1
Prince of Thorns
Titulo: Prince of Thorns
Autor: Mark Lawrence
Editora: DarkSide
Paginas: 355
Ano: 2013
Sinopse: Tem início a Trilogia dos Espinhos: Ainda criança, o príncipe Honório Jorg Ancrath testemunhou o brutal assassinato da Rainha mãe e de o seu irmão caçula, William. Jorg não conseguiu defender sua família, nem tampouco fugir do horror. Jogado à sorte num arbusto de roseira-brava, ele permaneceu imobilizado pelos espinhos que rasgavam profundamente sua pele, e sua alma. O príncipe dos espinhos se vê, então, obrigado a amadurecer para saciar o seu desejo de vingança e poder. Vagando pelas estradas do Império Destruído, Jorg Ancrath lidera uma irmandade de assassinos, e sua única intenção é vencer o jogo. O jogo que os espinhos lhe ensinaram.
Quando meu amigo me indicou esse livro, ele disse algo que me fez desejar lê-lo “eu não sei se Jorg é um vilão ou anti-herói” e eu tenho que concordar com ele. No primeiro capitulo, a primeira impressão que tive foi que ele era uma pessoa sem escrúpulo e o resto das paginas só confirmou isso.
Eu já estava me preparando para fazer uma resenha com algo tipo “o autor está pouco ligando para o que você acha dele, ele não se importa se você ira sentir ou não empatia pelo protagonista. E não tem como sentir algo desse tipo por Jorg, nem acreditei que ele tivesse apenas 13 anos no começo!” e embora essa seja a impressão que o livro me passou, eu me importei com Jorg. Eu gostei dele.
“Covardes são os melhores torturadores. Covardes entendem o medo e sabem como usá-lo. Já os heróis são péssimos torturadores. Não enxergam o que motiva um homem comum. Eles interpretam tudo errado. Não conseguem pensar em nada pior do que denegrir a sua honra. Um covarde, por outro lado, vai amarrá-lo a uma cadeira e acender um fogo lento debaixo de você. Não sou um herói em um covarde, mas eu trabalho com o que tenho.”
Variado do presente para o passado, acompanhamos Jorg em sua busca por vingança contra aqueles que mataram sua mãe e seu irmão, a Rainha e o Príncipe do Reino de Ancrath, há quatros anos atrás. Tendo nove anos na época, Jorg foi jogado em cima de um espinheiro, ficando incapacitando e sem forças de se mover. Não somente seu corpo foi cortado, como sua alma foi dilacerada vendo, sem poder interferir, sua mãe ser estuprada e morrer, assim como seu irmão, o pequeno Willian.
Toda a historia me deixou chocada e encantada. O primeiro choque veio do fato dele ter apenas treze anos (treze anos!) e liderar uma irmandade de assassinos, que roubam, matam, torturam, estupram... E ele não fica com remorso por fazer nada disso, ele sabe o que quer e fará qualquer coisa para realizar esse sonho.
“Quinze anos! Se tivesse quinze anos não estaria devastando vilarejos!
Quando chegasse aos quinze, já seria rei!”
Jorg tem uma personalidade sociopata, eu sei, mas qual é o problema? Ele gosta de ver as pessoas sofrerem, matará quem for necessário para ter o que deseja, é frio, calculista, sarcástico. E eu o amei. (O que será que isso diz de mim? Tenho até medo de saber.) Ao terminar de ler o livro fiquei sem saber o que achar dele, compreendi o que meu amigo disse. Jorg não é um herói, mas isso quer dizer que ele é um vilão? As pessoas só podem ser dividas nessas duas classes?
“O mal não existe. Existe o amor pelas coisas, pelo poder, conforto, sexo e existe o que os homens estão dispostos a fazer para satisfazer tais desejos.”
Pela sinopse, imaginei que a historia se passasse num tempo medieval, há muitos anos atrás. E é verdade. Só que é num tempo medieval daqui a milhares de anos. Uma distopia. Há uma mistura na historia de magia e ciência, que fiquei sem saber quando acaba um e começa o outro. É preciso ler e reler, pensar e repensar para compreender algumas coisas, para alguns detalhes entrarem em sua cabeça, para descobrir o que as coisas realmente são e significam.
As cenas de lutas foram muito bem descritas, entretanto, em compensação, o autor não se importou de dá detalhes nos cenários ou personagens, ficando tudo a sua imaginação. A capa é maravilhosa, Jorg com uma capa (não ajudando em nada para saber como é sua aparência) segurando uma espada, cercado de mortos e com corvos (acho que são corvos) voando a sua volta. Não encontrei nenhum erro quanto a publicação da DarkSide, a diagramação foi ótima.
“Você só pode vencer o jogo quando entende que se trata de um jogo. Deixe um homem jogar xadrez e diga a ele que todos os peões são seus amigos. Diga que ambos os bispos são santos. Faça-o lembrar de dias felizes a sombra das torres. Deixe-o amar sua rainha. Veja-o perder tudo.”
As recentes trilogias publicadas sofrem com o mal de não ter um final satisfatório, de querer ligar um livro ao outro de qualquer jeito, de acabar com uma bomba que te faz querer o próximo livro rapidamente (e de sofrer por ele não existir ainda). Eu quero ler King of Thornes rapidamente (assim que acabar de escrever essa resenha vou lê-lo), mas não foi porque o final teve algo espantoso. A historia foi muito bem feita e eu o recomendo, embora eu saiba que nem todos irão gostar. Há palavrões, expressões e atos que podem fazer com que muitos não se sintam confortáveis, eu não tive nenhum problema com isso. (Mais uma vez: O que será que isso diz de mim? Tenho até medo de saber.)
Trailer“É o silencio que me apavora. A pagina em branco na qual posso escrever meus medos. Os espíritos dos mortos não têm nada a ver com isso. Aquele morto tentou me mostrar o inferno, mas não passou de uma pálida imitação do horror que sou capaz de pintar na escuridão de um momento quieto.”
Citações do livro.
Resenha do segundo livro.
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