Livro #27: Mau Começo - Desventuras em Séries 1
Mau Começo
Título: Mau ComeçoAutor: Lemony Snicket
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 153
Ano: 2001
Sinopse: Violet, Klaus e Sunny são encantadores e inteligentes, mas ocupam o primeiro lugar na classificação das pessoas mais infelizes do mundo. De fato, a infelicidade segue os seus passos desde a primeira página, quando eles estão na praia e recebem uma trágica notícia. Esses ímãs que atraem desgraças terão de enfrentar, por exemplo, roupas que pinicam o corpo, um gosmento vilão dominado pela cobiça, um incêndio calamitoso e mingau frio no café da manhã.
Num dia nublado, a beira da praia, os Irmãos Baudelaire recebem a noticia, entre crises de tosse do Sr. Poe, que seus pais morreram num incêndio e que agora são os Órfãos Baudelaire. Como determina o testamento, as crianças são levadas até o parente mais próximo, que logo se descobre ser conde Olaf, um ator desconhecido e primo distante.
“Se alguma vez vocês perderam uma pessoa que tinha grande importância para vocês, então sabem como é que nos sentimos nessas horas, e, se nunca perderam, não dá nem para imaginar.”
Os Órfãos Baudelaire são três irmãos, cada um com uma habilidade diferente. A mais velha, Violet, é uma inventora, criando as mais diversas coisas com materiais estranhos e com seu cabelo preso por uma fita, principal marca da sua concentração (deve ser um atraso num caso de vida ou morte). O do meio, Klaus, é o único menino, que gosta de ler e que se lembra de tudo que já leu (inveja aqui). E, a mais nova, Sunny, que ainda é um bebê, possui quatros dentes grandes e afiados, gostando de morder coisas, e uma maneira de falar própria que apenas seus irmãos compreendem (tão fofa!).
Cercado por olhos que parecem acompanhá-los, presentes em paredes, quadros, janelas e até mesmo em forma de tatuagem no tornozelo do seu novo tutor, os Órfãos se veem sendo maltratados, esbofeteados, obrigados a trabalharem e dormirem em condições precárias. E, quando dizem ao Sr. Poe, responsável pelo dinheiro até que Violet atinja maioridade, ninguém acredita.
“(...) conde Olaf tinha tatuada a imagem de um olho em seu tornozelo, igual à do olho em sua porta da rua. (...) e veio-lhes um pressentimento de que, para o resto de sua vida, estariam sempre se sentindo sob estreita vigilância do conde Olaf, mesmo que ele não estivesse por perto.”
Lemony Snicket, pseudônimo de Daniel Handler, é ao mesmo tempo o narrador quanto um personagem, contado a historia a partir de fatos que encontra. E amo a forma que ele a conta. Lemony apresenta fatos insignificantes que logo depois mostra a ser de grande importância, ou começa com um assunto e liga-o ao outro totalmente diferente, contudo sem perder o sentido. É impressionante.
O livro é sobre as desgraças dos Baudelaire que atrai cada vez mais desgraças, ele é ao mesmo tempo uma historia sombria, filosófica e real da vida (considero-o ainda mais do que o do Pequeno Príncipe). Nele percebemos uma critica contra a sociedade, como os adultos não acreditam nas crianças, vendo apenas o que querem, e como as leis são feitas com brechas para serem usadas por ladrões inescrupulosos como conde Olaf.
“(...) este é um livro que não tem de jeito nenhum um final feliz, como também não tem de jeito nenhum um começo feliz, e em que os acontecimentos felizes no miolo da historia são pouquíssimos.”
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