Livro #43: Minha Metade Silenciosa

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Minha Metade Silenciosa

Título: Minha Metade Silenciosa
Autor: Andrew Smith
Editora: Gutenberg
Paginas: 304
Ano: 2014
Sinopse: Stark McClellan tem 14 anos. Por ser muito alto e magro, tem o apelido de Palito, mas sofre bullying mesmo porque é “deformado”, já que nasceu apenas com uma orelha. Seu irmão mais velho, Bosten, o defende em qualquer situação, porém ambos não conseguem se proteger de seus pais abusivos, que os castigam violentamente quase todos os dias. Ao enfrentar as dificuldades da adolescência estando em um lar hostil e sem afeto, com o agravante de se achar uma aberração, o garoto tem na amizade e no apoio do irmão sua referência de amor, e é com ela que ambos sobrevivem. Um dia, porém, um episódio faz azedar terrivelmente a relação entre Bosten e o pai. Para fugir de sua ira, o rapaz se vê obrigado a ir embora de casa, e desaparece no mundo. Palito precisa encontrá-lo, ou nunca se sentirá completo novamente.

“(...) eu sou feio. Você vê o que estou fazendo, não vê? Estou fazendo você me ouvir do jeito que eu ouço o mundo. Mas não vou fazer isso demais, prometo. Sei o que isso pode fazer com você.”

Stark é um garoto alto de 13 anos apelidado de Palito, mas não é isso que o incomoda, ele gosta de ter um nome que não seja estranho como Stark. Ele sofre preconceito, principalmente por ele mesmo, pela razão de ter nascido sem uma orelha. Contudo, Palito tem um irmão que o ama muito apesar disso e que está sempre lá para protegê-lo, inclusive de seus pais abusivos. Outra pessoa que deixa sua vida melhor é sua melhor amiga Emily.

“Todo mundo sabia o que aconteceria a seguir. Era sempre a mesma cena, só que às vezes mudava de ator quando o astro era eu. O roteiro podia variar um pouco também. Mas, na minha opinião, se você já tivesse visto uma vez, não precisava assistir de novo.”

Quando são mandados para a casa da tia Dahlia que não conhecem, eles pensam que serão maltratados por uma nova pessoa, entretanto ela se revela uma pessoa maravilhosa que os amam independente de tudo. Lá eles fazem amigos, se sentem felizes, mas terão que voltar para casa e voltar para suas velhas vidas.

Contudo, antes que isso aconteça, eles ainda ficam alguns dias nas casas de seus amigos. Palito vai para a casa da Emily e Bosten, seu irmão, para a de Paul. Mas a alegria de tudo que lhes aconteceu desaparece quando o segredo de Bosten é revelado e seu pai o expulsa de casa, agora Palito deve encontrar Bosten, pois ele é uma das únicas pessoas que está sempre do seu lado.

“Como poderia ser errado estar apaixonado por alguém que pensa o mesmo que você, que você respeita e em quem confia?”

Mais da metade da historia é sobre como era a vida deles e apesar de ser narrado na primeira pessoa, o autor não força o leitor a simpatizar, mas isso não demora a acontecer. Foi uma experiência única ler uma historia sobre a perspectiva de um adolescente e escrito por um homem, Andrew fala de tanto temas ao mesmo tempo e de um jeito tão sincero que emociona e perturba. É triste o que lhes acontece, mas verdadeiro.

“E não há amor na minha casa, somente regras.”

No fim, fiquei em duvida se o titulo do livro se referia ao seu irmão, minha opinião ao ler a sinopse, ou a ele mesmo, que Stark esconde quem realmente é, fingindo ser realmente outra pessoa. Ou não conhecendo a si mesmo por não se achar importante para isso. Palito acha que sua orelha (ou a falta dela) o torna feio, sempre a cobrindo, mas tudo muda.

“Tudo estava mudando. Tudo, menos aquela metade silenciosa da minha cabeça.”

Não gostei do final, fiquei surpresa quando acabou e triste. Não vi o final chegado até que não existissem mais folhas, achei que houve uma correria, tudo aconteceu rápido demais. Por que tinha que acabar assim?

Li o livro imaginando que não importava o que acontecesse desde que eles tivessem um ao outro. Ate o final. Eu quero mais do que o autor lhe deu, eu quero que eles tenham um final feliz dos contos de fadas, eu quero que mostre o que acontece muito além de onde terminou, eu quero ter esperança para a humanidade.

“Às vezes, eu me perguntava o que os havia deixado daquele jeito, mas Bosten me explicou que não são as coisas que deixam as pessoas do jeito que elas são. Ele disse que não era como pegar um resfriado ou coisa assim. Você simplesmente é de determinado jeito.”

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