Livro #54: A Menina Mais Fria de Coldtown
A Menina Mais Fria de Coldtown
Título: A Menina Mais Fria de ColdtownAutora: Holly Black
Editora: Novo Conceito
Páginas: 384
Ano: 2014
Sinopse: No mundo de Tana existem cidades rodeadas por muros são as Coldtowns. Nelas, monstros que vivem no isolamento e seres humanos ocupam o mesmo espaço, em um decadente e sangrento embate entre predadores e presas. Depois que você ultrapassa os portões de uma Coldtown, nunca mais consegue sair. Em uma manhã, depois de uma festa banal, Tana acorda rodeada por cadáveres. Os outros sobreviventes do massacre são o seu insuportavelmente doce ex-namorado que foi infectado e que, portanto, representa uma ameaça e um rapaz misterioso que carrega um segredo terrível. Atormentada e determinada, Tana entra em uma corrida contra o relógio para salvar o seu pequeno grupo com o único recurso que ela conhece: atravessando o coração perverso e luxuoso da própria Coldtown.
Os vampiros foram revelados como verdadeiros a sociedade há dez anos somente porque, em diversas partes do mundo, começando pelos Estados Unidos, estavam numa epidemia. O governo, tentando controlá-los, criou Coldtown, muralhas ao redor das cidades mais infectadas, colocando-as em quarentenas, mantendo os vampiros dentro. E humanos também para servir de alimento (bebida).
“Porém, se uma pessoa não acredita em monstros, então, como seria capaz de manter a gente a salvo deles?”
Nesse mundo, vivendo fora dessas Coldtown, Tara acorda um dia depois de uma festa deitada na banheira (fato esse que salvou sua vida), pois o resto de seus amigos encontra-se morto, banhados em seus próprios sangues. Os Frios, nome como os vampiros são chamados, atacaram a casa a noite, matando a todos. Menos Aiden, seu ex-namorado, que está amarrado e amordaçado num quarto junto com Gavriel, outro vampiro.
Tara planeja pegar Aiden e fugir, desaparecer antes que os vampiros retornem ao anoitecer para completar o que planejam, seja lá o que for. Só que Aiden foi mordido e está em processo de transição, Resfriado como dizem. Se Aiden beber sangue humano, ele virará um deles, mas se ele passar dessa fase, que varia de 8 a 80 dias, ele estará livre dessa ‘doença’.
“Enquanto eu achava que estava aprendendo a viver, eu vinha aprendendo a morrer — Leonardo da Vinci”
Com isso, Tara decide levá-lo a Springfield, a Coldtown mais próxima e famosa, para que ele não machuque ninguém quando estiver sucumbindo às toxinas. Durante a viagem, eles encontram um casal de gêmeos blogueiros, Midnight e Winter, que desejam irem ate lá para se transformaram em vampiros.
O livro é narrado na terceira pessoa com três perspectivas diferentes: Tara, que narra o presente e seu passado; Gavriel, que mostra detalhes de um mundo onde vampiros viviam escondidos nas sombras; e Midnight, com postes sobre vampirismo no seu blog.
“Contemplando-a por um bom tempo com algo semelhante a horror, como se a estivesse vendo pela primeira vez, ele disse:— Você é mais perigosa do que o nascer do sol.”
Tara é uma personagem louca do inicio ao fim, gostei muito da força dela, embora seu comportamento em relação à Aiden me enerva. Ela é muito condescendente em relação a ele, serio.
Gavriel é... Louco e encantador ao mesmo tempo, sendo sarcástico e melodramático na medida certa. Não vamos nos esquecer da loucura. Ele é bastante insano. Sem pausa. Embora Tara consiga de alguma maneira mantê-lo sobre controle. Não é nenhuma surpresa um romance ter se desenvolvido entre eles (não que eu esteja reclamando).
“(...) eu estou assustada, porque você não apenas não é humano, você não é como ninguém. Não existe ninguém como você em todo o mundo e é você que eu quero. Eu quero você e eu odeio querer as coisas e eu odeio especialmente admitir que as quero.”
A Menina Mais Fria de Coldtown não é um livro de romance, contudo os pequenos momentos que isso é apresentando foram maravilhosos. Amei o envolvimento entre os personagens. Amei os personagens. Amei a historia.
O final me surpreendeu e não reclamaria de uma continuação, mesmo que todas as perguntas terem sido respondidas. Holly explicou os vampiros que criou, como toda essa epidemia de vampiros aconteceu, quem foi o culpado por isso... Infelizmente, o romance ficou em aberto. Cadê a continuação?
“Nós todos nós trabalhamos contra a nossa própria cura, pois a morte é a cura de todas as doenças — Sir Thomas Browne”
Holly criou uma historia pós-apocalíptica de vampiros com todo sangue, horror e medo necessária, mostrando a romantização feita a esses seres sem esconder a maldade deles. Vemos vampiros que queimam no sol, temem água benta e são belos, frios e imortais. Até que morram.
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