Livro #87: Sem Esperança - Hopeless 2

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Sem Esperança

Titulo: Sem Esperança
Autora: Colleen Hoover
Editora: Galera Record
Páginas: 320
Ano: 2015
Sinopse: Assombrado pela culpa e pelo remorso por não conseguir salvar Hope nem Less, Holder desenvolveu uma personalidade agressiva. Mas, quando finalmente se depara com Hope depois de tantos anos, não poderia imaginar que o sofrimento seria ainda maior após o reencontro. Em Sem esperança, Holder revela como os acontecimentos da infância de Hope, que agora se chama Sky, afetaram sua vida e sua família, fazendo-o buscar a própria redenção na possibilidade de salvá-la. Mas é apenas amando Sky que ele finalmente será capaz de começar a se reconciliar com si mesmo.


Sem Esperanças é a visão de Dean Holder sobre sua historia com Linden Sky Hope. E é linda. Não é obrigatório ler Um Caso Perdido para ver esse, contudo ficará bem mais fácil entender algumas coisas que acontece aqui (lá elas são bem mais explicadas) e será mais emocionante entender o que se passa na cabeça desse garoto caso perdido depois de toda confusão que ele nos faz sentir com sua intensidade.
O livro já começa com uma cena forte: a morte de Less. E dá para sentir tantas coisas por aquela cena. Dá para entender mais sobre Dean do que qualquer coisa. Seu amor pela sua irmã gêmea Less, seu amor por Hope. E a decepção que sente por fazer as pessoas que ama sofrer tanto. E a culpa que acha possuir por tudo isso.

“Eu achava que as pessoas só morriam uma vez. (...) Acontece sem parar. Toda vez que fecho os olhos (...) Pela terceira vez. Pela milésima vez. Toda vez que respiro ou pisco ou falo, vivencio a morte dela mais uma vez, tudo de novo. Não fico sentado aqui me perguntando se algum dia irei assimilar sua morte. Fico aqui me perguntando quando é que vou parar de vê-la morrer.”

Dean não tem um temperamento tão ruim quanto achei na primeira vez. Tudo a respeito dele são, na verdade, boatos e maus entendidos. Foi fácil e compreensivo entender as constantes alterações de humor dele que parecia inexplicáveis e que agora parecem completamente coerentes. Holder não é um caso perdido, ele é apenas uma pessoa que sofreu muito na vida, decepcionou bastante com todos ao seu redor e se vê sem esperanças para ela. E (ou) para si.

“Não sei se ela pode me ver de onde está agora, nem mesmo se está em algum lugar, mas caso possa ver isso... quero que saiba como sua decisão egoísta me afetou. O quanto me deixou sem esperança. Literalmente sem Hope nem Less. E completamente sozinho. E tão incrivelmente arrependido.”

Nesse livro houve três surpresas que adorei. A primeira foi as cartas que Dean escreveu para Less após sua morte, uma forma que ele encontrou de ter sua irmã próxima a si, de não esquece-se dela. A segunda foi a relação de Dean com Breckin, seu seu segundo melhor amigo do mundo inteiro que é mórmon. E gay.
A outra surpresa foi Daniel. Quem esperava um personagem novo? Daniel é o melhor amigo de Dean, para não dizer único, contudo ele é o amigo que todos desejariam ter. Quantas pessoas entrariam numa luta por vez? Agiria como um babaca para retirar a atenção desagradável de cima de você? (Não preciso nem contar, nenhuma) A interações deles são impressionantes, e as conversas são aquelas conversas que você não ama uma frase, não é uma citação profunda, engraçada, ou o que seja; você ama tudo. Toda a conversa.

“-O que está a fim de fazer? — pergunto.
-Não me importo com o que a gente vai fazer — diz Daniel.
-Nem eu. (...) O que você tem? — pergunto.
-Terminei com Val de novo — diz ele, desapontado. — Ela é louca. Ela é louca para caralho.
-Achei que era por isso que a amava.
-Mas é também por isso que não a amo. Vamos dar o fora daqui.
-O que está a fim de fazer?
-Não me importo com o que a gente vai fazer — responde ele.
-Nem eu.”

Além de Daniel ter a estranha mania de dá apelidos estranhos as pessoas que conhece, nunca chamando-as pelo verdadeiro nome. E para os que amaram ele, como eu, existe um conto só dele (Em Busca da Cinderela) que também é maravilhoso; afinal, estamos falando de Colleen.

“-Podia me chamar de Holder mesmo.
-Todo mundo o chama de Holder e eu odeio todo mundo, então não. Não posso fazer isso. Então, espero que tenha valido a pena me dispensar no sábado por causa daquela peitinho de queijo ali.
-O nome dela é Sky — corrijo-o.
-Bem, não posso chamá-la de Sky. Todo mundo a chama de Sky e eu odeio todo mundo, então...
-Bem, então por que chama Valerie pelo nome dela? Daniel vira-se.
-Quem é Valerie? — pergunta ele, olhando para mim como se eu tivesse enlouquecido.
-Val? Sua ex-namorada? Ou namorada atual. Sei lá o que ela é.
Daniel ri.
-Não, cara. O nome dela não é Valerie, é Tessa.
-Hein?
-Eu a chamo de Val porque é abreviação de Valium e sempre digo que ela precisa tomar um quilo dessa merda. Não estava mentindo quando disse que ela é louca para cacete.
-Você chama alguma pessoa do nome verdadeiro?
Ele pensa por um instante e depois olha para mim, confuso.
-Por que eu faria isso?
Desisto.”

Livros que são visões alternativas dos personagens costumam apenas ser uma reescrita diferente da história, sem nenhuma novidade. Não prende tanto o leitor quanto o primeiro. A maioria dos autores não sabe reescreve algo diferente sem repetir ideias. Mas Colleen Hoover (minha diva) não é a maioria. Se você acha que irá se arrepender, achar chato e monótono, engana-se. Você irá adorar e desejar ler mais livros de Colleen (aparece um trecho de Métrica nele!). E continuará nunca tendo o bastante dessa autora maravilhosa.
Citações do livro.
Resenha de Um Caso Perdido.

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