Livro #102: Eleanor & Park
Eleanor & Park
Título: Eleanor & Park
Autora: Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Páginas: 338
Ano: 2014
Sinopse: Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.
Primeiro dia de aula não é fácil, principalmente quando é apenas o seu primeiro dia numa escola nova, com pessoas que você nunca viu, num lugar em que todos se conhecem desde pequenos e já tem seus grupinhos formados. Primeiro dia de aula definitivamente não é fácil e Eleanor não torna as coisas melhores ao vesti-se como uma mendiga hipper, cheia de remendos e cabelos ruivos encaracolados selvagens.
“Eleanor tinha razão. Não tinha boa aparência; era como uma obra de arte, e arte não deve ter boa aparência. Mas sim fazer a gente sentir alguma coisa.”
O primeiro desafio que Eleanor precisa enfrentar ao entrar no ônibus é encontrar um lugar para se sentar, mas parece que todos já têm os seus lugares... Até que um mestiço oriental idiota a manda se sentar ao lado dele, e, sem outra alternativa, Eleanor se senta, sem saber se ele é um idiota igual aos outros animais daquele ônibus ou apenas um idiota qualquer.
“Atrasou-se para o almoço, o que a fez se atrasar para a aula de Inglês. E, também se ela ainda não tivesse sacado que estava gostando daquele mestiço idiota maldito, acabou descobrindo.”
Durante os primeiros dias, Eleanor e Park dividem o banco sem nunca se falarem, um tão longe quanto possível do outro, ignorando-se ate fora do ônibus, embora sempre se vejam nas aulas avançadas e nos corredores. Ate que Park começa a perceber que Eleanor acompanhe seus gibis com ele e ele começa a passar as paginas mais devagar, e, num dia, ele entrega os gibis para que ela possa ler em casa, e assim eles começam a construir uma relação a base de historias em quadrinho e musica.
“Concordavam sobre tudo que era importante e discutiam sobre o restante. E isso era bom também, porque, quando discutiam, Eleanor sempre fazia Park morrer de rir.”
Escrita na primeira pessoa, a historia intercala-se entre o ponto de vista dos protagonistas, onde percebemos os sentimentos de cada um e acompanhamos e compartilhamos os mesmos sentimentos deles para com os outros personagens, seja na hora de amar ou odiar alguém. Ou os dois. Ou na hora de descobrir o quão errada estava a opinião sobre alguma pessoa, tipo a mãe do Park. Céus, gostei muito dela. E o jeito dela falar? Muito fofo, dava para imaginá-la falando daquele jeito realmente! Ou no quão certa estava, infelizmente. Como alguém pode ser tão idiota quanto a mãe da Eleanor? Está para nascer alguém mais trouxa e idiota.
“-Sua mãe pediu desculpas. Por ter magoado você, e quer que você convide sua namorada para jantar.-Pra fazê-la se sentir mal e esquisita?-Bom, ela é meio esquisita, né? Mas não é por isso que você gostou dela?”
Existe algo nos livros de Rowell que faz você dizer “eu já vi isso antes” antes mesmo de ler a história, a sinopse sempre se revela algo clichê, mas, quando você vai ler, é uma coisa... única. A autora sabe escrever, e ela cria personagens fofos, divertidos e com historias tocantes. E, sinceramente, na minha lista de autoras preferidas, Rainbow Rowell concorre com Amy Harmon o segundo lugar (porque Colleen Hoover é a minha diva – A Diva!).
“-Diga-nos, por que Romeu e Julieta sobreviveu por quatrocentos anos?-Porque... Porque as pessoas querem se lembrar de como é ser jovem? E estar apaixonado?”
E o final foi o típico final agridoce, com questões abertas. Eleanor & Park foi verídico, real, mas, ao mesmo tempo, sonhador. E eu, como uma boa amante de finais felizes, gosto de imaginá-los juntos e felizes no fim de tudo.
0 comments