LIvro #103: O Martelo de Thor - Magnus Chase e os Deuses de Asgard 2
O Martelo de Thor
Título: O Martelo de ThorAutor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Páginas: 400
Ano: 2016
Sinopse: Morador de rua, sua vida muda completamente quando Magnus Chase é morto por um gigante do fogo. Por sorte, na mitologia nórdica os heróis mortos vão parar em Valhala, o paraíso pós-vida dos guerreiros vikings. Lá, Magnus descobre que é filho de Frey, o deus do verão, da fertilidade e da medicina. Desde então, seis semanas se passaram, e nesse meio-tempo o garoto começou a se acostumar ao dia a dia no Hotel Valhala. Quer dizer, pelo menos o máximo que um ex-morador de rua e ex-mortal poderia se acostumar. Magnus não é tão popular quanto os filhos dos deuses da guerra, como Thor e Tyr, mas fez bons amigos e está treinando para o dia do Juízo Final com os soldados de Odin — tudo segue na mais completa paz sanguinolenta do mundo viking. Mas Magnus deveria imaginar que não seria assim por muito tempo. O martelo de Thor ainda está desaparecido. E os inimigos do deus do trovão farão de tudo para aproveitar esse momento de fraqueza e invadir o mundo humano.
Magnus Chase (eh, Chase tipo Annabeth Chase) está morto, mas também está... Vivo? Ele é um einherjar, um guerreiro que lutará no Ragnarok, o fim do mundo na mitologia nórdica. Depois de ter descoberto que seu pai é Frey, um deus nórdico pacifico, impedido o inicio do Ragnarok ao prender Fenrir, o Lobo Mau que matou sua mãe, tudo que Magnus espera é um pouco de tranquilidade até que o Fim inicie-se de uma vez, mas nada nunca é fácil na família Chase. E o Martelo de Thor ainda está desaparecido.
“O problema dos deuses é que não dá para simplesmente estapeá-los quando eles agem como idiotas. Eles só vão revidar com outro tapa e matar você.”
Ajudar Thor a recuperar seu Martelo não esta na lista de coisas que Magnus deseja fazer antes de re-morrer, não está nem na lista, mas o que ele pode fazer? Apesar de Thor ser quem é (ele é um deus, grande coisa), e do jeito que é (viciado em séries), ele – e principalmente o Martelo – é o que mantêm os Gigantes longe de Midgard, o Mundo dos Humanos, que é porta de entrada para os outros mundos. E o Martelo está com um gigante!
“Tive a sensação de que não usaria a espada de treino nos próximos cinco dias. Agora, as coisas ficariam dignas de Jacques.”
O culpado por trás disso tudo é claro que é Loki, que Magnus e seus amigos vão tentar recuperar o Martelo todo mundo sabe, mas... Por que Loki ofereceu ajuda? Apesar de não saberem o motivo, é óbvio que ele deve ter o seu próprio plano para usar o Martelo. E não deve ser coincidência o fato de que Alex Fierro, o/a mais novo/a einherjar que apareceu em Valhala, ser um/a filho/a de Loki.
No começo, não entendi muito bem a identidade sexual de Alex, pensei que ele fosse transgênero, alguém que se reconhecia com o sexo oposto ao que nasceu, (ele nasceu como homem) até que Tio Rick me apresentou há mais uma escolha: gênero fluido. (E é claro que eu pesquisei o que era para entender melhor.) Em alguns momentos, Alex se identifica com um gênero, em outros, com outro. Ela não se limita a apenas um.
“Essa coisa do gênero não foi o que me surpreendeu. Uma porcentagem enorme dos adolescentes sem-teto que eu conheci teve um gênero atribuído ao nascer, mas se identificava com outro, ou sentia que o binário garoto/garota não se aplicava a eles. Eles iam parar na rua porque, pasmem, suas famílias não os aceitavam. Nada mais amoroso do que jogar seu filho não heterossexual na sarjeta para que ele experimente abuso, drogas, altas taxas de suicídio e perigo físico constante. Valeu, mãe e pai!”
E eu só consigo visualizar Alex como ela, acho que foi por ter pensando que ele sentia-se uma menina no inicio e depois me acostumei a pensar assim... Mas, de qualquer jeito, eu a amei. Alex é leve, forte e sarcástica como todos os personagens de Rick Riordan que eu amo, e eu posso estar shippando-a (shippar agora é verbo) com Magnus. (Apenas posso, porque posso.)
Em nenhum momento foi dito que Magnus era homossexual ou heterossexual, apenas supus que ele sentisse atração por garotas, porque é o que “normalmente” acontece, mas não tive problemas em formar esse shipp. E, sinceramente, espero que seja cannon.
“-Não há vergonha em sentir atração, Magnus.
-O quê? Não, eu não estava...
-Encarando? — Mestiço sorriu. — Sabe, os sacerdotes de Frey eram muito fluidos. Durante o festival da colheita eles usavam vestidos e faziam danças incríveis...”
Rick Riordan não falou apenas sobre intolerância a respeito do sexo, com Alex sendo um garoto e sentindo-se ora garoto ora garota, também teve a intolerância à religião. Não é porque deuses existem que isso significa que não existe uma força maior, para Sam é Alá, para mim é Deus, mas tudo isso só muda o nome, são Todos Seres. São forças superiores, e, mesmo que não concordemos ou entendemos, seja na religião, na identidade ou opção sexual, ou em qualquer outra coisa, a única coisa que devemos fazer é aceitar.
“-(...) eu não quero usar os mesmos pronomes o tempo todo, porque eu não sou assim. Eu mudo muito. Essa é a questão. Quando sou ela, eu sou ela. Quando sou ele, eu sou ele. Não sou elx. Entendeu?
-Se eu disser que não, você vai me bater?
-Não.
-Então não, não entendi muito bem.
-Você não precisa entender. Só, sabe, respeitar.
-A garota com o fio muito afiado? Tranquilo.
Ela deve ter gostado da resposta. Não havia nada de confuso no sorriso que me deu. A temperatura do escritório aumentou uns quinze graus.”
Mas, na maioria das vezes, as pessoas que menos aceitam essa diversidade são as que mais deveriam nos amar e apoiar: nossos pais. Um bom exemplo disso (ou mal exemplo, infelizmente), em O Martelo de Thor, foi o pai de Hearthstone, que recusa o fato do seu filho ser surdo e o culpa por matar o irmão e por todas as desgraças da sua vida, como se ele tivesse culpa.
“Como é que se decidia que alguém era um caso perdido? Quando uma pessoa era tão má ou tóxica ou determinada a fazer as coisas do próprio jeito que tínhamos que simplesmente aceitar o fato de que nunca mudaria? Quanto tempo dava para insistir em salvar alguém, e em que momento desistíamos e sofríamos como se aquela pessoa tivesse morrido para nós?”
Magnus Chase não é uma serie digna de PJO (minhas expectativas são/eram altas). A historia é boa, as reviravoltas e os novos (e maravilhosos) personagens a torna mais maravilhosa, mas, em alguns momentos, ela fica cansativa. Pareceu-me que o humor foi forçado em diversas cenas. E não posso negar que estou ansiosa pela continuação por dois motivos, que não é realmente por Magnus: 1)vai aparecer Percy (sabe há quanto tempo espero isso?) e 2) estou shippando Alex com Magnus.
Citações do livro.
Resenha da continuação (O Navio dos Mortos).
4 comments
Como pessoa gênero-fluído (fluo entre dois gêneros não-binário), gostei muito da personagem Alex. Ele é sensacional
ResponderExcluirSim, é. A força de Alex é algo a se impressionar; é sensacional, como você diz.
ExcluirAcho que o tio Rick não fará outra série tão boa quanto Percy Jackson e os Olimpianos, mas pra mim Magnus Chase e os deuses de Asgard é melhor que As Crônicas dos Kane, As Provações de Apolo e está no mesmo nivel de Os Heróis do Olimpo.
ResponderExcluirTambém acho difícil, mas estou torcendo para aquela história de que um raio tem mais chance de cair no mesmo lugar. Sua lista é a minha, sem dúvida. Percy no alto, depois Magnus, Heróis do Olimpo se sobressai um pouco sobre As Provações de Apolo e os Kane... Eu gosto mais dos personagens do que da história?
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