Livro #141: A Melodia Feroz - Monstros da Violência 1
A Melodia Feroz
Titulo: A Melodia Feroz - Monstros da Violência 1Autora: Victoria Schwab
Editora: Seguinte
Páginas: 384
Ano: 2017
Sinopse: Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unir para conseguir sobreviver.
Monstros são criados com violência, como realmente criados. Eles surgem por brigas violentas, assassinatos e desastres naturais e não tão naturais assim. Eles se alimentam dessa escuridão, gerando mais e mais e sempre mais monstros, que querem mais sangue e dor e maldade, que querem continuar vivos e fazem qualquer coisa por isso.
Existem três tipos de monstros: corsais, marchais e sunais. Corsais surgem de atos violentos, lutas brutais e sangrentas, e alimentam-se de carne e ossos. Marchais nascem de assassinatos e bebem sangue (como vampiro, piadas inclusas de vampiro). E existe os sunais, seres misteriosos que ninguém nunca viu, que não sabem como é - eles se alimentam de almas com a ajuda da música, mas... O que eles são? O que todos esses "monstros" são?
"Quando alguém aperta um gatilho, dispara uma bomba, faz um ônibus cheio de turistas cair da ponte, o resultado não são apenas escombros ou cadáveres. Existe outra coisa. Algo mau. Uma consequência. Uma repercussão. Uma reação a todo o ódio, dor e morte."
Tudo começou com uma explosão. Ao menos, com August, tudo - ele - começou assim. Ele surgiu no meio de tiros, entre mortos, entre crianças mortas, como um menino de 12 anos, como aquelas crianças que morreram por causa de um atentado terrorista.
Confuso, desorientado e sentindo-se oprimido por aquele mundo tão escuro e feio, August só conhece a beleza ao encontrar um violino e tocá-lo, e então... É como se tudo fizesse sentido. Ele tivesse um propósito. Ele estivesse vivo.
"Por ter ganhado vida de repente, como ao fim de um truque de mágica, ele temia a natureza frágil de sua existência. Como se, a qualquer momento, pudesse deixar de existir."
Para Kate, tudo terminou com uma batida, com sua mãe morrendo num acidente de carro e ela mesmo sobrevivendo e sendo mandada para longe.
Querendo mais do que tudo voltar para casa, para Veracidade, e ser como seu pai, o terrível comandante do lado norte, que vende proteção aos humanos e controla monstros, Kate faz o que é preciso para ser expulsa dos internatos - até incendiar capelas.
"Onde você está?, Kate se perguntou.
Era um jogo que fazia de vez em quando, desde que tinha aprendido sobre a noção de multiverso: a vida de uma pessoa não era exatamente uma linha, mas uma árvore, e cada decisão era um galho divergente, resultando numa pessoa divergente. Ela gostava da ideia de que havia centenas de Kates diferentes, vivendo centenas de vidas diferentes.
Talvez em uma delas não houvesse monstros."
Com Kate enfim de volta a Cidade V, August recebe a missão de ficar de olho na herdeira do lado norte, porque o frágil acordo que separava Veracidade em dois - norte e sul - está ruindo, e, manter um olho naquela que pode ser a única fraqueza de Harker, talvez possa ser o único jeito de manter a paz um pouco mais. Assim, August se disfarça de um humano, de Freddie Gallagher, e se infiltra na escola de Kate.
É, eu sei. Dois seres diferentes, bom e mau, guerra e escola? Romance! Amor proibido! Amor salva a guerra! Amor é a resposta! Mas não! Aleluia não! (Não que eu ache que amor não ajuda, amar o próximo é a resposta certa, todavia não é uma resposta mágica.)
Nesse primeiro livro o foco não foi o romance, se é que vai ter (acho que vai), foi mais uma apresentação dos personagens, uma evolução gradual da dinâmica deles, mostrando a afinidade que eles têm e então a parceria, e quem sabe isso venha a ser romântico mais para frente?
"-Dói - ele sussurrou.
-O quê?
-Ser. Não ser. Me entregar. Me conter. Não importa o que eu faça, tudo dói.
Kate inclinou a cabeça para trás, apoiando-a na banheira.
-O nome disso é vida, August - ela disse. - Você queria se sentir vivo, certo? Não importa se é monstro ou humano. Viver dói."
Antes de ler (e até quando estava lendo os primeiros capítulos), eu pensei que fosse ser uma história sobre norte vs sul, humanos vs monstros, bondade vs maldade, ver coisas bonitas em seres feios (meio que A Bela e a Fera e desconsiderem a referência nada a ver), mas não foi isso. Ou talvez sim.
Não chega um momento que as fronteiras entre norte e sul, humanos e monstros, começam a se confundir, desde o começo ela é confusa e você se pergunta quem são os verdadeiros monstros, quem está certo e quem está errado, em qual lado ficaria, mas... Não existe essa divisão numa guerra, todos estão ali fazendo o que pode para sobreviverem e viverem do jeito que podem. E existe os que tentam lucrar sobre a dor, que são os verdadeiros monstros.
Minha única crítica quanto a história é que, no começo, você não entende muita coisa (ou nada) quanto os monstros e os humanos, sobre o acordo e a guerra, norte e sul... A autora demora um pouco para explicar os acontecimentos, (e talvez seja intencional) apenas jogando nomes e termos que não significam nada para o leitor, mas, antes que você perceba, você entende tudo (ou quase tudo; as coisas importantes; dá para levar) e está completamente fissurada. Eu estou completamente fissurada! Eu quero mais! Eu quero a continuação! (Eu quero romance salvando a guerra!)
"'Tome cuidado', os pais diziam aos filhos, 'comporte-se ou os corsais vão vir.' Mas na verdade os monstros não ligavam se você tomava cuidado ou se comportava. Eles habitavam as trevas e se alimentavam de medo."
"Não havia regras, não havia limites: os culpados e os inocentes, os monstros e os humanos… todos pereciam."
A Melodia Feroz (amei o título e super a ver com a história) é sobre humanos e monstros vs humanos monstros e monstros humanos, sobre seres bons e maus que podem ou não serem humanos, mostrando que ser bom não significa ser humano e monstro não é sinônimo de mau (tipo A Bela e a Fera... que obsessão é essa?!). E eu realmente mal posso esperar pelo próximo.
Citações do livro.
0 comments