Livro #150: A geografia de nós dois
Lucy mora no vigésimo quarto andar. Owen, no subsolo... E é a meio caminho que ambos se encontram - presos em um elevador, entre dois pisos de um prédio de luxo em Nova York. A cidade está às escuras graças a um blecaute. E entre sorvetes derretidos, caos no trânsito, estrelas e confissões, eles descobrem muitas coisas em comum. Mas logo a geografia os separa. E somos convidados a refletir... Onde mora o amor? E pode esse sentimento resistir à distância? Em A Geografia de Nós Dois, Jennifer E. Smith cria tramas cheias de experiências, filosofia e verdade. (Skoob)
SMITH, Jennifer E. A geografia de nós dois. Galera Record, 2016. 272 p.
Um blecaute acontece. Nova York apaga-se. Dois jovens ficam preso num elevador. O amor acontece. (Ah, o amor!)
Lucy e Owen são duas pessoas diferentes trancadas dentro de um cubículo por poucos minutos, menos de uma hora, mas a ligação daquele momento foi maior do que sentiram a vida toda. Depois que são resgatados, eles passam o resto da noite sozinhos juntos, subindo e descendo escadas, tomando sorvetes derretidos, discutindo sobre cartões postas e "queria que você estivesse aqui", e sobre onde realmente queriam estar.
Mas é uma noite, apenas uma noite - e sol nasce, a energia volta e eles se veem jogados para direções opostas, sem esperança de voltarem a se chocarem alguma vez, novamente, quem sabe.
Meu primeiro pensamento ao estar lendo era que seria Lucy e Owen no elevador escuro e... Uma história meio que A probabilidade estatística do amor à primeira vista da mesma autora, onde eles se conhecem em pouco tempo mais do que conseguiriam se tivesse muito tempo, dizendo coisas a um estranho que nunca diria a um melhor amigo, protegidos pela certeza que nunca terão essa oportunidade de novo. Não é isso que acontece.
A geografia de nós dois é o que título diz, é sobre o espaço, a geografia, entre eles. Lucy acaba se mudando para Algum Lugar e Owen se ver numa viagem pelo país a procura de Qualquer Lugar. Numa piada e num desejo de manterem contatos, eles ficam mandando cartões postais, mas... não funciona. O momento esfria, vira uma lembrança borrada, a alegria parece um sonho distante e perdido e eles param de se falar.
Mesmo que não queiram. Mesmo que ainda pensem um no outro. As coisas são como são.
Ou talvez não.
É linda a forma como a autora terminava um capítulo e continuava o outro, como eles se completavam, como se diferenciavam. Lucy e Owen são pessoas diferentes, pessoas que nunca teriam conversado se não fosse pela escuridão do elevador, mas eles conversaram e uma conversa bastou - eles não se apaixonaram, mas uma conversa foi o suficiente para que a perspectiva de algo mais, quem sabe, no futuro, acontecer. E isso é lindo.
Leiam. Simples assim. Esse livro difere de A probabilidade estatística do amor à primeira vista, mas te prende tanto quanto. A narração da autora em terceira pessoa, alternando entre os protagonistas, é encantadora; e ela retratou um romance juvenil à distância com todos os problemas que merecem ser discutidos sem drama desnecessário (autores adoram dramas desnecessário), e você se identifica-se com ambos, concorda com os dois, e não irá acreditar em amor à primeira vista (se for eu, não, nada contra quem acredita), mas acreditará como algumas coisas são como são, apesar de nada ser como é... Do que eu estou falando?
"No primeiro dia de setembro, o mundo ficou escuro."
Um blecaute acontece. Nova York apaga-se. Dois jovens ficam preso num elevador. O amor acontece. (Ah, o amor!)
Lucy e Owen são duas pessoas diferentes trancadas dentro de um cubículo por poucos minutos, menos de uma hora, mas a ligação daquele momento foi maior do que sentiram a vida toda. Depois que são resgatados, eles passam o resto da noite sozinhos juntos, subindo e descendo escadas, tomando sorvetes derretidos, discutindo sobre cartões postas e "queria que você estivesse aqui", e sobre onde realmente queriam estar.
Mas é uma noite, apenas uma noite - e sol nasce, a energia volta e eles se veem jogados para direções opostas, sem esperança de voltarem a se chocarem alguma vez, novamente, quem sabe.
"Se traçassem um mapa dos dois, de onde tinham começado e de onde terminariam, as linhas seguiriam para longe uma da outra como ímãs de polos opostos. (...) O mapa era o mesmo que uma porta prestes a se fechar. E a geografia da situação - a geografia dos dois - estava completa e irremediavelmente errada."
Meu primeiro pensamento ao estar lendo era que seria Lucy e Owen no elevador escuro e... Uma história meio que A probabilidade estatística do amor à primeira vista da mesma autora, onde eles se conhecem em pouco tempo mais do que conseguiriam se tivesse muito tempo, dizendo coisas a um estranho que nunca diria a um melhor amigo, protegidos pela certeza que nunca terão essa oportunidade de novo. Não é isso que acontece.
A geografia de nós dois é o que título diz, é sobre o espaço, a geografia, entre eles. Lucy acaba se mudando para Algum Lugar e Owen se ver numa viagem pelo país a procura de Qualquer Lugar. Numa piada e num desejo de manterem contatos, eles ficam mandando cartões postais, mas... não funciona. O momento esfria, vira uma lembrança borrada, a alegria parece um sonho distante e perdido e eles param de se falar.
Mesmo que não queiram. Mesmo que ainda pensem um no outro. As coisas são como são.
Ou talvez não.
"Quanto tempo se pode de fato esperar que uma única noite dure? Até que ponto se pode esticar um conjunto tão pequeno de minutos? Ele era apenas um garoto em um terraço. Ela era apenas uma garota em um elevador. Talvez tenha sido o fim."
É linda a forma como a autora terminava um capítulo e continuava o outro, como eles se completavam, como se diferenciavam. Lucy e Owen são pessoas diferentes, pessoas que nunca teriam conversado se não fosse pela escuridão do elevador, mas eles conversaram e uma conversa bastou - eles não se apaixonaram, mas uma conversa foi o suficiente para que a perspectiva de algo mais, quem sabe, no futuro, acontecer. E isso é lindo.
Leiam. Simples assim. Esse livro difere de A probabilidade estatística do amor à primeira vista, mas te prende tanto quanto. A narração da autora em terceira pessoa, alternando entre os protagonistas, é encantadora; e ela retratou um romance juvenil à distância com todos os problemas que merecem ser discutidos sem drama desnecessário (autores adoram dramas desnecessário), e você se identifica-se com ambos, concorda com os dois, e não irá acreditar em amor à primeira vista (se for eu, não, nada contra quem acredita), mas acreditará como algumas coisas são como são, apesar de nada ser como é... Do que eu estou falando?
"Talvez nunca estivessem destinados a mais que uma única noite. Afinal, nem tudo pode durar. Nem tudo deve ter algum significado."
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