Autora: L. Frank Baum
Editora: Zahar
Páginas: 224
Ano: 2013
Sinopse: "Quando estava na metade do caminho, ouviu-se um grito fortíssimo do vento e a casa sacudiu com tanta força que Dorothy perdeu o equilíbrio e caiu sentada no chão. E então uma coisa muito estranha aconteceu. A casa rodopiou duas ou três vezes e começou a levantar voo devagar, Dorothy teve a sensação de que subia no ar a bordo de um balão." Um ciclone atinge a casa onde Dorothy vive com os tios e ela e seu cachorro Totó são levados pela ventania e param na Terra de Oz. Por lá, Dorothy faz novos amigos - o Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão Covarde -, encara perigos, vive histórias fantásticas e precisa enfrentar seus próprios medos. Depois de tantas aventuras, a menina descobre que seus Sapatos de Prata têm poderes mágicos e podem levá-la para qualquer parte. Mas não existe melhor lugar no mundo do que a própria casa. Um clássico indiscutível para todas as idades.
"-Sou Oz, Grande e Terrível. Quem é você, e por que me procura?-Sou Dorothy, Pequena e Humilde. E venho em busca de ajuda."
Eu me sinto até como se estivesse roubando, porque eu li esse livro para uma atividade na faculdade e agora aqui estou, resenhado-o. Antes de mais nada, eu nunca esperei precisar ler uma história infantil, um conto de fadas moderno, na faculdade. Os tempos mudam. E não sou eu que está reclamando!
O Mágico de Oz conta a história de Dorothy, uma garotinha do Kansas que se vê num novo mundo, brilhante e colorido diferente da sua acinzentada cidade natal, depois que um furacão a leva para lá com seu cachorrinho Totó. Logo no começo, assim que aterriza, ela acaba matando a Bruxa Má do Leste, que seca no sol e, de tão velha, vira pó, restando apenas seus sapatinhos prateados, que Dorothy pega para si (no filme que é rubi, mas originalmente foi prata).
Para voltar para casa, Dorothy precisará andar pelo caminho de tijolos amarelo, que a levará até a Cidade das Esmeraldas, onde mora o Grande Mágico, mais poderoso que todos e que poderá ajudá-la. No caminho, Dorothy encontra três personagens que leva consigo ao encontro do Mágico de Oz, cada um com a sua história e seu desejo: o Espantalho que deseja um cérebro, o Lenhador de Lata (popularmente conhecido como Homem de Lata) que quer um coração, e o Leão Covarde que deseja coragem.
"Vocês, que têm coração, podem sempre se guiar por ele, e nunca fazem mal aos outros. Mas eu não tenho coração, e por isso preciso tomar muito cuidado. Quando Oz me der um coração, claro que não vou precisar mais prestar tanta atenção."
Eu não sei se foi por ter lido O Mágico de Oz e o livro que era para relacionar na minha atividade (Fadas no divã, que conta a visão psicanalista de vários contos) ou se seria algo que eu perceberia naturalmente, contudo ainda achei, acho, surpreendente a forma como livros infantis trazem mensagens para as mais diversas faixas etárias, de uma forma tão simples que você nem percebe até parar e analisá-las, mas que ainda sim você incorpora inconscientemente. Seria tipo o não falar com estranhos de Chapéuzinho Vermelho, por exemplo.
A primeira reflexão a se fazer é que Dorothy quer voltar para casa e durante todo o caminho perguntam a ela por quê, porque Kansas é tão chata e monótona e ali é brilhante e vivo, e seus tios que cuidam dela claramente não se importam com a garota. Então por que Dorothy quer tanto voltar para casa? Porque não há lugar como nosso lar!
"-Vou lhe contar uma coisa que ninguém sabe. Só existe uma coisa que me mete medo.
–O que é? – perguntou Dorothy. – O fazendeiro Munchkin que fabricou você?
Não – respondeu o Espantalho. – Um fósforo aceso."
Agora, sério, quem se importa com Dorothy? O bom da história é o trio que se junta a ela, porque o que eles buscam... eles têm. Eu quero um cérebro para ser igual aos homens? Eu sou mais sagaz do que eles! Eu quero um coração? Eu já tenho o maior do mundo! Eu quero coragem? Eu tenho medo e ainda o enfrento! Essa é a parte engraçada na história, que te faz realmente parar e pensar, porque é uma história infantil, uma história infantil que mostra que o que nos move é o fato de estarmos procurando algo e que, muitas vezes, o que procuramos já temos. Isso é mais abordado na frente da história, eu não quero estragar todas as frases e os diálogos inteligentes, porque eles são ótimos.
Mais uma coisa que me conquistou é a forma como é narrada: limpa e direta. Não há floreio e eu amo um floreio, só que... Vamos concordar que histórias infantis antigamente enrolavam demais e exageravam, como se crianças fossem uns seres-zinhos ignorantes e idiotas que não entendessem. Felizmente, não há isso aqui. O autor falou para crianças do jeito que elas gostam de ouvir, sem desmerecê-la por isso e tratá-las como menos. E, independente da idade, não tem como não gostar de O Mágico de Oz; e o melhor de tudo: ele passa super rápido e vem com imagens!
0 comments