Livro #208: Loucamente sua

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De volta à sua cidadezinha para atender ao funeral do seu padrasto Henry, a bela cabeleireira Delaney é surpreendida com uma cláusula do testamento dele: se quiser receber a sua herança, ela deverá permanecer um ano inteiro na cidade e não ter "contato sexual" algum com o bad boy Nick, filho bastardo de Henry. Acontece que, dez anos antes, ela e Nick viveram uma paixão, e embora ele seja um mulherengo incorrigível, a proximidade de ambos reacende a antiga chama. Será Delaney capaz de resistir ao motoqueiro de conversa fiada?
GIBSON, Rachel. Loucamente sua. Truly, Idaho # 1. Jardim dos livros, 2012. 344 p.


Comecei a leitura da minha TBR pelo que eu estava mais ansiosa (A bruxa não vai para a fogueira neste livro) e partir para o livro que eu tive mais dificuldade em encontrar do desafio do #DLL20: chick lit. Ó temazinho esse. É o que chamam de literatura de mulherzinha, embora eu nomeio-o de literatura chiclete, que você não consegue parar de mascar, pois mais que tente.

"(...) as palavras de Nick que partiram seu coração ainda ecoavam na sua cabeça. Elas ecoaram desde que ele as disse. Para ver se eu podia. Ele a beijou e tocou seus seios, apenas para ver se podia. Ele fez seus seios latejar e as coxas queimar só para ver se podia. E ela deixou. Da mesma forma que deixou dez anos atrás."

Em Loucamente Sua, Delaney volta para sua cidade natal depois de muito tempo longe, quando seu padrasto morre. Na leitura do testamento, ela descobre que ficou com metade dos bens... se ficar na sua pacata cidade por um ano; caso contrário, o filho bastardo e não reconhecido do seu padrasto herdará sua parte. Nick, por sua vez, receberá umas terras que valem muito, principalmente levando em conta que é dono de uma construtora, caso não se envolva sexualmente com Delaney por um ano, se não ela recebe as terras.

O resto é o de sempre: eles acabam se envolvendo, justamente porque o proibido é melhor. E, ei, acrescente a isso o fato deles terem uma relação meio de ódio um pelo outro quando crianças e os pais se odiarem, e a história está quase completa

A única cosia diferente na trama, que não foi algo que eu esperava, foi que o padrasto queria que eles se relacionassem. Ele queria um neto biológico de uma mulher que achasse digna e era um maldito controlador.

"-Eu menti para você ontem.
-Quando?
-Quando eu disse que podia ser qualquer uma. Eu a reconheceria de olhos fechados. Eu reconheceria você, Delaney ."

Agora que conhecemos a trama, vamos para o que eu achei de tudo isso: não gostei dos personagens e da forma como a autora escreveu alguns dos acontecimentos. Eu estava um pouco irritada com tudo aquilo que ela escreveu enquanto lia. Tive que reconsiderar muitos acontecimentos porque o livro se passa na década de 90, mas, ainda sim, não. Homofobia e machismo não é para mim. E não podemos romantizar ações esdrúxulas.

Eu me pergunto quanto virei tão crítica. Mas eu, como escritora e feminista em tempo integral, tenho várias sugestões de como a autora poderia ter feito uma história mais interessante e que te acrescentasse como ser humano. Uma história pode ser cliché nessa coisa de "eles se odeiam e se amam" e ainda ser algo que as atitudes dos personagens não faz você odiá-los; um não precisa agir corretamente e o outro ser o cretino, ambos podem ter ações dignas sem desmerecer o "ódio" que sentem pelo outro.

Eu provavelmente estou fazendo o livro soar pior do que realmente é. Não é tão ruim, porque caso contrário eu não o teria lido do começo ao fim. É um livro para se distrair, que te prende até o momento que você o termina, então você o cospe fora, porque o chiclete não tem mais goma e perdeu o sabor.

E aí, qual é o sabor favorito do chiclete de vocês? Eu prefiro um bom romance de morango ou uma ficção científica de hortelã. Chick lit de tuti frutti é algo que escolho quando não tenho outra opção, porque chiclete é chiclete e livro é livro e quem sou eu para rejeitar antes de provar?

Livro participante do Desafio Literário Livreando, na categoria "chick lit".

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