Livro #209: Orgulho e preconceito

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A chegada de um jovem solteiro e rico à vila de Longbourn causa um grande alvoroço na família Bennet, cujas cinco filhas – a bela Jane, a sensata Elizabeth, a culta Mary, a imatura Kitty e a desvairada Lydia – foram criadas com um único propósito na vida: encontrar um bom marido. Orgulho e preconceito, livro que a própria autora considerava “seu filho mais querido”, foi publicado originalmente em 1813, e atravessou os séculos dotado de uma assombrosa vitalidade. Além de uma das mais comoventes histórias de amor já escritas, é uma brilhante comédia de costumes e um estudo profundo da sociedade de seu tempo. A plena compreensão do mundo feminino e o domínio da forma e da ironia fizeram de Jane Austen uma das mais notáveis e influentes romancistas de sua época. (Skoob)
AUSTEN, Jane. Orgulho e preconceito. Bestbolso: 2010. 392 p.


Eu não sei dizer o que é mais famoso: Orgulho e Preconceito ou Jane Austen; é uma batalha difícil e que realmente não faz diferença a resposta. É tão famoso que houve inclusive uma novela na globo (oh, não, merchandising) usando os livros dessa autora, principalmente esse que eu vos venho resenhar.

Orgulho e Preconceito é um clássico. Provavelmente devido ao tropo clássico que hoje chamaríamos de cliché, onde os protagonistas se odeiam e depois apaixonam-se. Você encontra várias histórias desse tipo por aí.

Da primeira vez que li, acredito que não apreciei esse livro tanto quanto agora. Livros antigos não eram a minha praia quando estava no ensino médio; no presente momento, eles até têm algo que atrai, chama a minha atenção. 

"Sou a criatura mais feliz do mundo. Talvez outras pessoas já o tenham dito antes, mas não com tanta justiça. Sou mais feliz até do que Jane; ela apenas sorri, eu rio."

Como disse, é a típica história de sempre. Darcy é o garoto orgulhoso e com preconceitos para qualquer um com menos dinheiro que ele, que acaba insultando Elizabeth às costas dela, não sabendo que a mesma o escutava. Eles acabam se encontrando várias vezes e as opiniões mudam.

Não há muito da trama para falar, embora, por algum motivo, te prenda. Clichés te prendem por um motivo, porque saber o que vai acontecer não significa que você sabe COMO vai acontecer e o prazer está nisso.

A linguagem rebuscada continua sendo algo que eu não gosto e demoro a me acostumar, mas a sagacidade das conversas, o fato de que você tem que parar para ler e entender... Eu adoro isso. A autora não subestima a inteligência dos leitores e o faz pensar, refletir sobre os acontecimentos. 

O amor, a paixão, está presente, mas não encontrei tais palavras no livro. Em nenhum momento, é descrito isso. É algo tão sutil, que é encantador. Outra coisa encantadora é que você começa a leitura crente que o orgulho e preconceito está em Darcy, mas não, não apenas ele está suscetível a esses males.

"-Seu defeito é uma propensão a odiar todas as pessoas.
-E o seu - replicou ele, sorrindo - é fazer questão de não compreendê-las".

Eu gostei da história, mas não é um livro que recomendaria a todos. Nem todos gostam desses livros antigos, que tem muita conversa difícil. (Eu me pergunto se alguém conversava realmente assim, é uma das minhas maiorias dúvidas literárias.) Contudo o fato dele ter sobrevivido por tantos anos diz algo a seu favor, então, por favor, dê uma chance e vá com calma. Minha meta foi 100 páginas por dia e nem sempre alcançava, mas terminei e, ei, gostei bastante dele no fim. Talvez você também.

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