Livro #218: Quando não há palavras

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Às vezes, tudo o que precisamos é de uma nova perspectiva para entendermos o mundo. Quando uma improvável amizade começa a surgir entre Kit Lowell, uma das meninas mais populares do ensino médio, e David Drucker, o garoto nerd e isolado, todos ficam surpresos... principalmente Kit e David. A garota está tendo dificuldades em lidar com a perda do pai após um acidente de carro, e acaba apreciando a honestidade contundente de David. Na verdade, parece que ele é o único capaz de ser objetivo sobre diversos assuntos, inclusive a morte, e ela acha isso estranhamente revigorante. David, que não tem muitos amigos e é vítima constante de bullying na escola, fica encantado com a atenção que recebe de Kit e natureza curiosa da nova amiga. Quando ela lhe pede ajuda para descobrir mais sobre o trágico acidente de seu pai, David topa na hora. Mas nenhum deles poderia prever o resultado dessa busca; nem sempre é fácil lidar com a verdade.
Julia Buxbaum | Quando não há palavras | Galera Record | 2019 | 304 p.


Eu devorei o livro. Eu tenho insônia e preciso me obrigar a dormir, porque é capaz que eu não durma nunca se não; eu faço de tudo para dormir e ler um livro tão bom quanto esse está claramente na lista do que NÃO fazer. Faltava um terço do livro para terminar e já passou da meia noite e, meu Deus, o que eu faço agora?

Fui tomar um chá para me acalmar e dormir. E ler o que faltava no outro dia.

E, ainda bem que pausei o livro na parte que pausei, porque se eu tivesse chegado ao plot twist... Eu teria virado a noite para terminar.

"É legal me sentar ao lado de alguém e não ter de falar quando não há palavras."

Em Quando não há palavras, Kit acabou de perder o pai e todo mundo está ou agindo como se não fosse nada ou olhando-a com pena e... Ela não sabe quem é, porque ela não é a mesma Kit de antes, não tem como ser, não com seu pai morto.

Assim, quando volta a escola, ao invés de se sentar com suas amigas, Kit decide sentar junto de David, um garoto esquisito que anda por aí com um fone antirruído, porque sabe que ele vai deixá-la em paz, mas o que ela não espera é o quanto acabaria gostando dele e como virariam amigos.

Lendo esse resuminho assim, a história parece uma qualquer, mas eu adorei. O ano mal começou e eu já tenho tanto livro favorito. Eu queria ler esse livro assim que o vi e queria mais ainda quando descobri que um dos personagens tinha autismo e, sim, esse é David.

"Todos nós andamos por aí insitindo que temos algum controle sobre o destino, porque reconhecer a verdade — que não importa o que façamos, as coisas darão errado sem aviso prévio — é insuportável."

A autora escreveu... Eu não sei explicar porque estou tão apaixonada por esse livro. Acho que, talvez, pela sua simplicidade, pelo fato de tudo ser possivel, por poder ver tudo acontecendo na vida real.

Os protagonistas são encantadores e mais do que o autismo, do que o asperger, nós vemos a amizade de David e Kit e o quanto ter alguém para se apoiar é essencial, seja família ou amigos. Há um teor de romance? Há, mas nada exagerado. E o final é tão fofo, que não tem como não gostar.

E o plot twist, já falei dele? Eu realmente não o vi chegando, embora muita coisa fez sentido em retrospectiva.

E o que você está esperando? Vá ler esse livro!

Livro participante da #MaratonaUdeU, na categoria "livro ganho" e "de aquecer o coração".

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