Livro #257: Crime e castigo
"Crime e castigo" é um daqueles romances universais que, concebidos no decorrer do romântico século XIX, abriram caminhos ao trágico realismo literário dos tempos modernos. Contando nele a soturna história de um assassino em busca de redenção e ressurreição espiritual, Dostoiévski chegou a explorar, como nenhum outro escritor de sua época, as mais diversas facetas da psicologia humana sujeita a abalos e distorções e, desse modo, criou uma obra de imenso valor artístico, merecidamente cultuada em todas as partes do mundo. O fascinante efeito que produz a leitura de "Crime e castigo" - angústia, revolta e compaixão renovadas a cada página com um desenlace aliviador - poderia ser comparado à catarse dos monumentais dramas gregos.
Fiódor Dostoiévski | Crime e castigo | Martin Claret | 2019 | 584p.
Nunca pensei que fosse ler um livro russo, mas o que o #DLL20 não faz a gente fazer?
Eu esperava uma leitura difícil, e não estou dizendo que foi fácil, mas não foi tão difícil quanto um livro inglês do século passado. Não teve muito floreio. O mais difícil foi compreender os patronímico russo. Mas é um livro com muuuitos pensamentos, então não é muito rápido.
No começo, eu ficava com sono e só estava lendo umas 20 páginas por dia. Antes de dormir, claro, porque uma insone não vai perder a chance de ter sono. Demorei quase três semanas para ler 1/3 do livro.
Mas depois me acostumei (e comecei a gostar) e li o que faltava em apenas dois dias. Me surpreendi comigo mesmo.
Quanto a trama, que história foi essa?
É a primeira vez que leio um livro sobre um criminoso, um assassino, e é tão detalhado. Sabemos os pensamentos do protagonista melhor do que ele mesmo (no inicio, ao menos; depois queremos saber e não temos) e é tudo tããoo psicológico.
Confesso que estava analisando-o conforme lia, tentava descobrir qual seria o transtorno dele. É um mal da minha futura profissão (psicóloga). Estou entre esquizoafetivo e depressão com psicose.
Fora a anormalidade do protagonista, o autor também traz questionamentos sobre o bem maior. Que fazer o errado é desculpável ser for para avançar. Que existe pessoas excepcionais que fazem a sociedade avançar, mas que são perseguidos pelos "normais", e que esses excepcionais não deveriam ser julgados da mesma forma. Eles não deveriam ser julgados e ponto final.
O autor te faz questionar. Não estou dizendo que ele está certo. Mas ele traz alguns pontos que te faz pensar sobre.
Tem uma parte que é sobre como o ambiente influência nos crimes, como estar numa sociedade que alguns têm, nas nem todos podem, faz a pessoa querer e fazer o errado. E isso é real. Escrevi um artigo sobre adolescentes infratores e havia algo sobre isso. (Sim, aqui vos fala uma autora publicada!)
Quero destacar uma cena que eu fiquei doida. A cena que o investigador acusa... Aquela cena era para deixar qualquer doido, quer seja culpado ou não; eu já estava confusa se ele acreditava que foi ou não o protagonista quem matou.
Livro parrticipante do #DLL20, na categoria "autor russo".
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