Livro #258: Café da manhã dos campeões

by - 21:10

Neste livro — lançado originalmente em 1973, uma sátira sobre guerra, sexo, racismo, sucesso e política nos Estados Unidos — um dos personagens mais emblemáticos e alter ego de Vonnegut, o autor de livros de ficção científica Kilgore Trout, descobre que Dwayne Hoover, um vendedor de carros americano aparentemente normal, está levando a sua ficção ao pé da letra e perdendo o juízo. Com a ajuda de seus famosos desenhos, Vonnegut conduz o leitor por um texto bem-humorado e crítico da sociedade norte-americana neste clássico moderno que o consagrou como um dos autores mais instigantes do nosso tempo.
Kurt Vonnegut | Café da manhã dos campeões | Intrínseca | 2019 | 400p.



Eu adoro os livros de Kurt Vonnegut. Só li dois (com esse), mas sei que irei amar todos dele. Eles já estão até na minha lista. Por que? Porque Vonnegut escreve de forma sarcástica e ao mesmo tempo séria sobre o que ninguém quer dizer; sobre o que todos sabem, mas ninguém diz.

Sarcástico.

Cético.

Erótico.

E assim por diante.

"Os piratas eram brancos. As pessoas que já habitavam o continente quando eles chegaram tinham a pele acobreada. Quando a escravidão foi introduzida no continente, os escravos eram negros. Cor era tudo."

Eu não sei nem o que dizer sobre esse livro. Já na primeira página você sabe o que irá acontecer, mas você fica "como?!" e ler querendo descobrir, porque a grande pergunta é como, e os personagens são incríveis e você ler por eles, eu leio por eles.

E pelo enredo criativo, claro.

Aqui em Café da manhã dos campeões, sabemos já no primeiro capítulo que Dwayne irá enlouquecer e matar várias pessoas depois que ler o livro de Trout, que é uma carta do Criador a quem o ler, onde diz que todos são robôs para estimulá-lo, que ele é o único ser real e com livre arbítrio. E Dwayne acredita que é esse.

"Dwayne, assim como todo aprendiz de lunático, também precisava de algumas ideias erradas para que sua loucura tomasse forma e direção."

Adoro como Kurt Vonnegut mistura a realidade com a fantasia, tanto no sentido que traz a si como autor para a história, como você se pergunta se o personagem é são e aquilo está acontecendo ou se o personagem está enlouquecendo e aquele é o mecanismo de enfrentamento dele. Matadouro cinco também me fez questionar isso.

Enfim, recomendo o livro.

Todos os livros desse autor.

Livro participante do #DLL20, na categoria "capa laranja".

You May Also Like

0 comments