Livro #262: Números perfeitos
ATÉ ONDE VOCÊ IRIA PARA REAVER QUEM VOCÊ AMA? Sam perdeu quase tudo na vida. A carreira de jornalista, sua segurança financeira, seu nome e ainda pior. A esposa Alice, morta em um acidente de carro. Após a tragédia, se vê obrigado de uma hora para outra a cuidar de Cris, o filho de nove anos a quem culpa pelo desastre e sofre de um tipo raro de autismo, que o faz enxergar números e padrões matemáticos onde as pessoas veem apenas o mundo comum. Sam sempre achou que estaria melhor sem o garoto e que não tinha mais nada a perder. Até o dia em que Cris é sequestrado. E SE FOSSE POSSÍVEL VENCER A MORTE PARA TER UM ENTE QUERIDO DE VOLTA? Quando Cris desaparece ao levá-lo a uma coletiva de imprensa, Sam deixa de lado os fantasmas do passado e com a ajuda de sua estagiária Natasha e da médica Elizabeth Corbo, inicia uma busca pelo filho que o levam a Leonel Dorian, um famoso neurocientista que enxerga no garoto a chave para a confirmação de sua última e controversa descoberta: provar cientificamente a existência da vida após morte. Com a presença de Lewis, um misterioso assassino que está no encalço de Cris e a interferência de uma obstinada agente federal, ao ver o tempo passar e as chances de encontrar o filho vivo diminuírem, Sam fará de tudo para reaver quem ama. Nem que para isso, tenha de ultrapassar a última fronteira da qual nenhum ser humano voltou até hoje. A morte.
Leonardo Born | Números perfeitos | Constelação Editorial | 2019 | 244p.
Eu adoro ficção científica. Quando vi esse livro no catálogo da @constelacaoeditorial, eu sabia que tinha que lê-lo. Era o meu tipo de livro.
E que história... rápida!
Não é apenas ficção científica, mas um romance policial. Porque temos um sequestro e um pai desesperado para achar seu filho, em paralelo a uma experiência científica de saber o que tem além da morte.
E adorei.
O romance policial foi eletrizante. Fiquei totalmente presa no enredo, suspeitando de todos menos de quem deveria suspeitar. O mistério sobre certo personagem, quem era ele, eu captei. Demorei um pouco, mas captei a vossa mensagem, autor.
E quanto a ciência... Num primeiro momento, acreditei que estava tudo ok, mas depois percebi uma certa confusão, porque num momento o autor narra um multiverso e uma teoria das cordas, mas depois nós temos um personagem que volta ao passado e altera o passado, e continua voltando e alterando o passado, e como é que é o mesmo mundo?!
Talvez eu não tenha compreendido direito. Senti que faltava alguns pedaços da história. Até porque esse é o primeiro livro.
Houve apenas um único ponto que me incomodou. O autismo. Ou melhor, o fato do autor ter escrito em sua ficção científica que será possível "reverter" o autismo no futuro. O que. Meu Deus. Li esse livro pela ficção e por ter um personagem autista, aí teve esse ponto que me fez gritar internamente "não!", porque não é apenas tirar um momento de dar voz a alguém que é excluído; é também uma questão de que o autor diz que há um problema que precisa ser resolvido e não há.
O autismo uma deficiência? Claro que é. Deficiência é algo que uma pessoa tem devido a uma barreira externa, mas não é algo que precisa ser resolvido no indivíduo, mas no que está sendo oferecido, nas possibilidades existentes, para que essa deficiência seja superada.
Apesar dos pesares. Livro recomendando. Espero que a ciência seja melhor explicada nos próximos livros e que esse ponto que me incomodou seja "revisto". Adoraria saber o que irá acontecer pela voz de um personagem neurodiverso.
Livro recebido em parceria.
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