Livro #04: O Ladrão de Raios - Percy Jackson e os Olimpianos 1
O Ladrão de Raios
Titulo: O Ladrão de Raios
Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Páginas: 400
Ano: 2008
Sinopse: E se os deuses do Olimpo estivessem vivos no século XXI? E se eles ainda se apaixonassem por mortais, com os quais tivessem filhos que pudessem se tornar heróis? Segundo a lenda da Antiguidade, a maior parte deles, marcados pelo destino, dificilmente passa da adolescência. Poucos conseguem descobrir sua identidade. Percy Jackson é filho de um deus. Ele está para ser expulso do colégio... de novo. Mas, aos doze anos, esse é apenas mais um de seus problemas. Além do transtorno do déficit de atenção e da dislexia, parece que, ultimamente, criaturas fantásticas e deuses do Olimpo saíram dos livros de mitologia grega diretamente para a realidade. E, ao que tudo indica, estão aborrecidos com ele. O raio-mestre de Zeus foi roubado, e é Percy quem deve resgatá-lo. Para restaurar a paz no Olimpo, ele e seus amigos – jovens heróis modernos – precisão fazer mais que capturar o verdadeiro ladrão: Percy terá de encarar o pai que o abandonou, resolver o enigma do Oráculo e desvendar uma traição mais ameaçadora que a fúria dos deuses.
“Eu não queria ser um meio-sangue”
A primeira frase do livro é uma revelação do protagonista, não sabemos exatamente pelo que Percy passou, mas ser um semideus é algo maravilhoso, não? Ter um deus como pai, poderes sobrenaturais e viver cada dia uma aventura? Quem não iria querer isso? Percy.
“Ser meio-sangue é perigoso. É assustador. Na maioria das vezes, acaba com a gente de um jeito penoso e detestável.”
O começo da história é Percy falando conosco, sugerindo-nos a parar de ler, antes que eles venham atrás de nós. E, como todo bom leitor, ignoramos seu conselho e continuamos a ler. Nunca fiquei tão feliz em desobedecer alguém e não me arrependo dessa decisão, você também não irá.
Somos apresentados a um protagonista sem nada de maravilhoso, com problemas como qualquer outra pessoa. Ou talvez mais. Percy Jackson tem déficit de atenção e hiperatividade, TDAH, e dislexia, o que prejudica sua interação social, não que o fato de já ter mudado de escola seis vezes em oito anos tenha algo a ver com isso.
Muitas coisas estranhas acontecem antes de Percy descobrir o grande segredo que envolve sua vida e que não sabia, a propósito. Como o fato de sua professora de matemática, Sra. Dodds, aquela que concluiu que Percy havia sido criado pelo diabo, se transformou na sua frente em “uma bruxa má e enrugada, com asas e garras de morcego e com uma boca repleta de presas amareladas”, explodindo em areia amarela ao ser cortada por uma espada. (Uma espada que antes era uma caneta? Eu quero!) Não que essa fosse a coisa mais assustadora que acontece com ele, há uma grande concorrência, muitos monstros aparecem na sua frente. Mas, com certeza, na visão de Percy, foi ver sua mãe desaparecer na sua frente como a Sra. Dodds foi ao ser destruída.
Ele é levado ao Acampamento Meio-Sangue, um lugar seguro para pessoas que nem ele, filhos de deuses gregos. Onde conhece pessoas estranhas que o cumprimenta dizendo “Você baba enquanto dorme!” e descobre não apenas que seu pai é um deus, mas um dos mais fortes.
“-Meu pai?-Poseidon. Senhor dos Terremotos. Portados das Tempestades. Pai dos Cavalos. Salve, Perseu Jackson, Filho do Deus do Mar.”
Com o passar da história, percebemos porque Percy não queria ser um meio-sangue. Nada de bom acontece com eles. Ele tem que enfrentar diversos monstros para encontrar o raio-mestre que foi roubado de Zeus, pois ele não é um dos possíveis culpado, mas o único, já que nenhum deus pode roubar o artefato mágico de outro deus seria necessário uma ajuda mortal, sendo ele, Percy, um semideus nascido de um juramento que impedia os Três Grandes, Zeus, Poseidon e Hades, de terem filhos. Quem seria melhor para essa tarefa?
Percy parte numa aventura ao lado de seus amigos, Grover, um sátiro, e Annabeth, filha de Atena, para reaver o que foi roubado e entregar ao seu verdadeiro dono. Assim como a profecia citada pelo Oráculo diz:
“Você deve ir para o oeste e enfrentar o deus que se tornou desleal.Você deve encontrar o que foi roubado e devolver em segurança.Você será traído por aquele que o chama de amigo.E no fim não conseguira salvar aquilo que mais importa.”
Confesso que achei algumas partes da profecia bem previsível, o que mais me surpreendeu foi quem era o amigo traído. Era algo que eu não esperava e que só descobrimos no fim, você nem se lembra que falta algo a se concretizar até acontecer. Eu fiquei olhando para o livro em choque, me perguntando “você está de brincadeira comigo?”, porque aquilo não podia ser verdade.
A escrita de Rick é fácil, detalhada e sarcástica, tanto na personalidade dos personagens quantos nas ironias soltas pelo livro. Uma característica marcante de Riordan é justamente isso, seu humor, assim como títulos engraçados e a utilização de um estereótipo de forma invertida. Que cor melhor para os cabelos dos filhos da deusa da sabedoria do que amarelo? Depois de Percy, que é maravilhoso e sarcástico (o que eu amo, tenho uma queda por garotos engraçados), o personagem que mais gostei foi Annabeth, uma garota loira e inteligente. Quem disse que os loiros são burros? E, uma dica, esqueça as ilustrações originais, elas são enganadoras, as fanarts são muito melhores.
Acho que podemos dizer que esse foi o primeiro livro que li, eu não sei quem eu seria se não fosse por ele. (Isso soou melodramático) Rick Riordan criou Percy Jackson para seu filho que possuí os mesmos problemas do personagem principal, tirando o fato de ser filho de deus, e mostrou que ser diferente não é ruim. Não o torna nem melhor nem pior que ninguém, apenas real, alguém que tem problemas e que precisa solucioná-los.
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