Livro #34: A Casa de Hades - Os Heróis do Olimpo 4
A Casa de Hades
Título: A Casa de HadesAutor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Páginas: 496
Ano: 2013
Sinopse: A tripulação do Argo II enfrenta dias difíceis. Inimigos espreitam no caminho para a Casa de Hades e o moral da equipe está baixo após a perda de dois integrantes importantes em Roma. Para chegar às Portas da Morte e tentar impedir o despertar de Gaia, nossos heróis Hazel, Jason, Piper, Frank e Leo vão precisar fazer alianças perigosas, encarar deuses instáveis e combater os asseclas enviados pela sanguinária Mãe Terra para detê-los.A situação é ainda pior para Percy e Annabeth. Após caírem no Tártaro, os dois passam fome, sede e sofre com diversos ferimentos enquanto são caçados por vários inimigos que derrotaram ao longo dos anos e que agora surgem das sombras em busca de vingança. A única esperança da dupla de voltar para o plano mortal reside em encontrar as Portas da Morte e fechá-las de uma vez por todas. No entanto, uma legião de monstros fiéis a Gaia defende as Portas, e nem Percy nem Annabeth estão em condições de enfrentá-la.
Recapitulação
Se você não leu A Marca de Atena, o que está fazendo aqui? Annabeth conseguiu encontrar e vencer Aracne, recuperando a Atenas Partenos, mas ela acabou tendo seu tornozelo envolvido por uma das teias de sua inimiga, sendo puxada para o Tártaro. Percy se recusou a deixá-la cair sozinha e eles prometeram um ao outro não se separarem mais, além disso Percy fez Nico prometer levar os outros cinco da profecia para a Casa de Hades, local onde as Portas da Morte estão ancoradas.
Resenha
Todos no Argos II se veem perdidos e assustados, o caminho ate a Casa de Hades não é fácil, Gaia está determinada a impedi-los. Os sonhos também não ajudam, mostrando-os visões que parecem que o destino já está escrito. E não de uma forma muito boa.
“É natural sentir medo. Todos os grandes guerreiros têm medo. Só os idiotas e os loucos não o sentem.”
Sinceramente, apesar de que todos os setes foram narradores nesse livro, senti que nosso casal Percabeth foi o protagonista (não tem como jogá-los para sofrer e não esperar isso), mas também senti que Rick desenvolveu outros personagens que a meu estavam sendo coadjuvantes. Hazel, Frank e Leo. O triangulo amoroso que não é mais um triangulo.
Hazel descobre que, nessa nova missão, ela tem um papel fundamental e que sem ela todos estão destinados a falharem. Ela se vê numa encruzilhada em que todos os caminhos levam para fins nada agradáveis e sua única opção é aprender a controlar a Névoa.
“Escolhas. Você está em uma encruzilhada, Hazel Levesque. (...) Encruzilhadas sempre são lugares de decisão. (...) Todas as escolhas implicam riscos.”
Frank passa por uma fase inútil, ele sente que não fez nada durante toda a missão, sendo apenas um peso para todos, e para completar aquelas vozes em suas cabeças... Até que uma transformação ocorre e uau. Frank Zhang não é mais um bebê panda fofo.
Leo está se culpando por tudo, não dormindo em nenhum momento, decidido a levar todos são e salvos, inclusive seu navio, ate a Grécia. Ah, e eles tem apenas um mês para evitar o retorno de Gaia. E, para melhorar tudo, Leo finalmente encontra uma garota, aumentando ainda mais seus problemas (embora eu preferisse que ele continuasse sozinho a se juntar com essa).
"Acredito que o universo é basicamente como uma máquina. Não sei quem fez isso, se foram as Parcas, os deuses, ou o Deus com D maiúsculo, ou qualquer outro ente. Mas funciona como deve a maior parte do tempo. Claro, algumas vezes peças quebram e as coisas dão errado de vez em quando, mas, na maioria das vezes... tudo acontece por um motivo."
E o que está acontecendo no Tártaro, eis a questão, não? Percy e Annabeth caíram por muito tempo até chegarem ao abismo, cinco a nove dias, eu acho, é difícil obter uma linha cronológica, porque não tem como saber se o que acontece no Tártaro é ao mesmo tempo em que as coisas estão ocorrendo no mundo mortal. E o tempo flui de uma maneira diferente lá. A queda deles foi amortecida pelo Rio Cócito, o Rio das Lamentações, onde você sente que nada faz sentido, mas ajudando um ao outro, o casal consegue sair dele, entretanto bastante feridos. A única opção deles sobreviverem por tempo bastante para concluírem sua missão é tomando fogo (literalmente) do Rio Flegetonte, que os faz suportarem... Bem, tudo.
“(...) o ar era ácido. A água era infelicidade. O chão era vidro quebrado. Tudo ali era feito para machucar e matar.”
Percy e Annabeth enfrentam muito mais do que monstros, o simples fato de estarem no Tártaro já é um perigo, matando-os lentamente. Mas além de terem a companhia um do outro, eles recebem ajudas surpreendentes que no fim acabaram quebrando meu coração já danificado por Rick. Céus, por que as estrelas têm que está tão distantes?
"Bob mandou um oi."
O livro todo foi um suspense, abandonando quase todo o romance do livro anterior. Um bom equilíbrio. Rick termina um capitulo com uma revelação surpreendente no Tártaro e corta para o Argos ou vice-versa, deu vontade de pular algumas partes e voltar depois (não que eu tenha feito isso).
"Apesar de exausta, imunda e vestida como uma mendiga, Percy achava que ela estava linda. E daí que estavam no Tártaro? E daí que tinham uma chance ínfima de sobreviverem? Ficou tão feliz por restarem juntos que sentiu uma necessidade ridícula de sorrir.”
“Seu único conforto era Percy. De vez em quando, ele a olhava e sorria ou apenas apertava sua mão. Devia estar tão apavorado e arrasado quanto ela, mas Annabeth o amava por tentar fazê-la se sentir melhor.”
Engraçado que os mais excluídos são os mais amados pelas fãs (eu não fico de fora), com isso apresento-lhes: Nico di Ângelo e Leo Valdez. Rick soube utilizar Nico, um dos (milho) personagens mais sofridos e reclusos da história, contando segredos que só nos fizeram amá-lo ainda mais (se isso não ocorreu com você, meus pêsames). E ele vira um personagem importante, tão importante ou mais do que alguns dos setes, sendo vital no fim para a missão dos Acampamentos ficarem em paz.
Todos que me conhecem sabem o quanto eu acho a capa desse livro maravilhosa, a mais bonita de todos que eu conheço. Entretanto ela não é a minha preferida por ter uma imagem bonita, é mais o contexto, é como ver o lado belo das coisas assustadoras. Percy e Annabeth estão sujos, cansados e feridos, ele a segura enquanto caminham em direção as Portas da Morte e Percy está olhando para trás. Tirada de gênio. Existe uma lenda, a de Orfeu, em que ele desceu ao submundo para ter sua amada de volta, ele podia retornar dos mortos com ela se não olhasse para trás, mas ele olhou e ela ficou. Ai você vê a capa e pensa ‘Annabeth vai ficar’, pois além disso, as Portas da Morte tem que se fechadas dos dois lados. Alguém tem que ficar no Tártaro para fechá-las.
“Acho que fazemos qualquer coisa pelas pessoas que amamos.”
Contudo você se lembra da promessa que eles fizeram, de nunca se separarem, e a profecia diz (tive que pesquisar para entender) ‘um juramento a manter com um alento final’, ou seja, para a promessa ser cumprida só morrendo. Uau. Nada bom aguarda quem quer seja o dono desse verso. Preparados para o fim, O Sangue do Olimpo? Eu não.
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