Livro #23: O Oráculo Oculto - As Provações de Apolo 1

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O Oráculo Oculto


Titulo: O Oráculo Oculto
Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Ano: 2016
Sinopse: Como você pune um deus imortal? Transformando-o em humano, claro! Depois de despertar a fúria de Zeus por causa da guerra com Gaia, Apolo é expulso do Olimpo e vai parar na Terra, mais precisamente em uma caçamba de lixo em um beco sujo de Nova York. Fraco e desorientado, ele agora é Lester Papadopoulos, um adolescente mortal com cabelo encaracolado, espinhas e sem abdome tanquinho. Sem seus poderes, a divindade de quatro mil anos terá que descobrir como sobreviver no mundo moderno e o que fazer para cair novamente nas graças de Zeus. O problema é que isso não vai ser tão fácil. Apolo tem inimigos para todos os gostos: deuses, monstros e até mortais. Com a ajuda de Meg McCaffrey, uma semideusa sem-teto e maltrapilha, e Percy Jackson, ele chega ao Acampamento Meio-Sangue em busca de ajuda, mas acaba se deparando com ainda mais problemas. Vários semideuses estão desaparecidos e o Oráculo de Delfos, a fonte de profecias, está na mais completa escuridão. Agora, o ex-deus terá que solucionar esses mistérios, recuperar o oráculo e, mais importante, voltar a ser o imortal belo e gracioso que todos amam.

“Meu nome é Apolo. Eu era um deus.”

Apolo foi transformado num humano e jogado na terra, isso já aconteceu antes, mas dessa vez é diferente, pois Zeus tirou todos os seus poderes e ele não é mais o seu ‘eu’ maravilhoso. Agora Apolo não tem nada de especial, sem poderes e uma beleza surpreendente. Ele não é um deus, um semideus, nem um humano comum. Das outras vezes, Apolo teve que servir algum humano para voltar as graças do pai e quem o reivindicou, dessa vez, foi sua senhora trombadinha Meg McCaffrey.

Para chegar ao Acampamento, Apolo solicita a ajuda de Percy que promete levá-lo até lá, mas que diz que não irá se envolver em mais nenhuma nova profecia. Depois de monstros seguindo-o, tentado matá-lo, pois agora ele não é mais um olimpiano imortal, Apolo chega ao Acampamento e descobre que terá que descobrir onde está O Oráculo de Delfos, desaparecido desde que o Olimpo se fechou na guerra contra Gaia.

“Se eu, que sou deu da poesia não fui capaz de descrever o que sentia naquele momento, como vocês, meros mortais, poderiam entender?”

Ao ler o primeiro capitulo disponibilizado na web, logo percebi que seria muito bom ler sobre a perspectiva de Apolo. (Me imagino narrando) Ele é narcisista, o mundo gira ao redor dele (o que seria verdade já que ele é o deus do sol...) e se isso não acontece, as outras pessoas estão sendo as egoístas, não ele. Percebemos a mudança de comportamento de Apolo aos poucos, sutil no começo e uma grande diferença se comparar o inicio ao fim, embora ele ainda precise melhorar.

Meg McCaffrey tem um passado misterioso, habilidades misteriosas... Ela é basicamente um mistério ambulante. Gostei de como Rick a criou, ela é forte e talentosa apesar dos seus doze anos de idade, morando em becos desde o que a Besta fez. Também foi interessante o final sobre ela, Rick adicionou um novo problema social a historia além do preconceito contra disléxicos, em que eles são tratados como ‘especiais’. (Eu queria ser especial desse jeito...)

“Respirei fundo. Em seguida, fiz meu discurso motivacional de sempre para o espelho.
-Você é lindo e as pessoas te amam.”

Usar haicais como temas de capítulos foi uma ideia digna de Apolo e, infelizmente, Apolo perdeu quase tudo, seus poderes, sua beleza, mas esses ‘quase’ não incluem seu amor próprio e sua péssima capacidade de fazer haicais. (Ou eles são ruins por natureza?)

Apesar de shippar Thalico (Thalia + Nico), não tem como não amar a relação do Nico e do Will. Eles são tão fofos juntos! Uma dica a homofóbicos: não leiam O Oráculo Oculto. Apolo já deixou bem claro que não importa o sexo, ele já namorou homens e mulheres. Um dos seus grandes amores foi Jacinto, um homem. E sua filha Kayla, inclusive, tem um pai mortal, não pergunte como (não sei e tenho certeza que não quero saber).


“-Nico, precisamos ter outra conversa sobre como interagir com as pessoas.

-Ei, só estou constatando o óbvio. Se este for Apolo e ele morrer, estamos todos encrencados.

-Peço desculpas pelo meu namorado.
-Você pode não...
-Você prefere pessoa especial? Alma gêmea?
-Alma geniosa, no seu caso.” 

Essa não é uma historia de Percy Jackson, Percy não é um dos protagonistas, ele é um personagem secundário nesse livro, assim como os outros que só foram mencionados de passagem. E são poucos semideuses que Apolo lembra o nome, só dos mais importantes, o que significa os filhos dos três grandes e Leo Valdez, somente porque ele inventou o Valdezinator. E o que aconteceu com ele foi finalmente exposto, pois sabemos que Leo morreu e reviveu, contudo ele encontrou Calipso? Saiu de Ogigia? Conseguiu voltar de lá? Muitas perguntas (que não vou responder).

E o presente que Tio Rick nos deu? Há um meio-sangue brasileiro na historia! E Atena já disse que o próximo lugar do Monte Olimpo seria no Brasil. (Nós somos divos!). Espero que ela não comece a errar agora.

Rick Riordan continua a me surpreender com a maneira como ele consegue unir diferentes coisas, tanto na mitologia quanto nas suas próprias histórias. Tudo que está acontecendo agora vai desde antes da guerra contra Cronos e há referencias (que o Picolé aprova) sobre Annabeth ‘resolvendo problemas familiares’ (que pode ser lido como Magnus Chase), sobre Apolo ter conhecido um ‘deus absurdamente lindo’ que tinha uma espada que ‘não calava a boca’. Espero pelos próximos livros e desejo saber se Riordan vai realmente unir todos os seus livros, todas as mitologias em só uma, porque não imagino como ele vai conseguir continuar fazendo essa brincadeira de dizer e não dizer. Só sei que vai me surpreender.

“As coisas nem sempre precisam terminar da mesma maneira, Apolo. Essa é a parte boa de ser humano. Nós temos uma vida, mas podemos escolher que tipo de historia queremos ter.”

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