Livro #52: À Procura de Audrey

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À Procura de Audrey

Título: À Procura de Audrey
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Galera Record
Páginas: 336
Ano: 2015
Sinopse: Audrey, 14 anos, leva uma vida relativamente comum, até que começa a sofrer bullying na escola. Aos poucos, a menina perde completamente a vontade de estudar e conhecer novas pessoas. Sem coragem de sair de casa e escondida por um par de óculos escuros, a luz parece ter mesmo sumido de sua vida. Até que ela encontra Linus e aprende uma valiosa lição: mesmo perdida, uma pessoa pode encontrar o amor.




Adolescentes podem ser cruéis, Audrey sabe bem disso. Depois de um monte de coisas que lhe aconteceram, provocada por doces garotas que ninguém achava que pudessem fazer algo tão ruim desse tipo, Audrey passa sua vida presa em casa e com óculos escuros, nunca os retirando.

Ela foi diagnosticada com transtorno de ansiedade social e generalizada e depressão, ela não tem apenas medo de socializar com uma pessoa, é muito mais grave, Audrey tem medo de olhar as pessoas nos olhos, pois os olhos são a porta da alma. E a alma costuma ser feia.

“Olho no olho. É a conexão mais poderosa do mundo.”

Dra. Sarah, sua terapeuta, diz que ela está melhorando, mas Audrey não acredita nisso. Ela está cansada da montanha russa que é seus pensamentos e seu corpo, cansada do sentimento que tem de não está melhorando, contudo... Audrey gosta do seu mundinho dentro de sua casa, protegida pelos seus óculos escuros.

Narrado na primeira pessoa, com a transcrição de um filme feito pela própria Audrey de vez em quando, acompanhamos a vida de Audrey e de sua família, percebendo que não somente ela foi afetada pelo que aconteceu. Além de termos um conhecimento de maneira leve, humorada e às vezes dramática da vida da protagonista, com uma mãe crente da revista Daily Mail, sempre acreditando no que está escrito nela; um irmão viciado em Land of Conquerors, um jogo online; um pai que sempre não tem a ultima palavra; e um irmão pequeno bipolar (como todas crianças pequenas são). Em suma, uma família normal e cotidiana.

“(...) a vida é assim. Estamos todos em um gráfico de altos e baixos. Sei que eu estou. Subo um pouco, desço um pouco. É a vida.”

E tudo começa a mudar quando Audrey faz amizade com Linus, um amigo do seu irmão muito gente de boa, que é lindo, engraçado, inteligente e não a faz se sentir estranha, maluca, nada disso, apesar dela se comportar às vezes assim. Linus a ajuda a superar, forçando-a além dos limites que ela auto impôs em si aos poucos. Um contato de tênis aqui, um de dedo ali, um contanto de boca acolá...

Achei os dois muito fofos e estou me sentindo deprimida por não ter ninguém assim na minha vida. Como pode não existir um Linus na minha realidade? Entretanto não achei que a autora colocou Linus como a resolução de todos os problemas de Audrey, ele é apenas um dos apoios que ela pode usar no caminho, assim como seus pais e seus irmãos. Kinsella mostrou que existem pessoas no mundo que farão com que um contato olho no olho não seja assustador.


“-Seja bem-vindo aos meus olhos — digo baixinho. — O que acha?
-Gosto deles. — Ele sorri. — Amo seus olhos.

-Ama meus olhos? — repito, orgulhosa.
-Você.
-Também amo. Você.”

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