Livro #51: Serraria Baixo-Astral - Desventuras em Série 4
Serraria Baixo-Astral
Título: Serraria Baixo-AstralAutor: Lemony Snicket
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 176
Ano: 2002
Sinopse: Na opinião de Lemony Snicket, "de todos os volumes que contam a vida infeliz dos órfãos Baudelaire, Serraria baixo-astral talvez seja o mais triste até agora". Alto-Astral é o nome da serraria que serve de cenário para as novas calamidades que Klaus, Violet e Sunny serão obrigados a viver. Trata-se de uma "ironia do destino", pois ali, no meio daquelas árvores derrubadas, daquelas enormes toras de madeira, o que as três crianças vão encontrar é mais uma coleção de coisas horripilantes, tais como uma gigantesca pinça mecânica, bifes do tipo sola de sapato, uma hipnotizadora e um homem com uma nuvem de fumaça no lugar da cabeça. A vida dos Baudelaire é mesmo muito diferente da vida da maioria das pessoas, "a diferença principal estando no grau de infelicidade, horror e desespero"...
Todos os tutores (menos Olaf) tem sido boas pessoas que cuidaram dos Baudaleire (tia Josephine nem tanto), mas o recente tutor, conhecido apenas como Senhor por todos, se mostra o dono da Serraria Alto-Astral, que é claramente ironizada no titulo do livro. Lá, eles se veem obrigados a trabalharem com diversas maquinas perigosas, recebendo chicletes como refeição e tickets que não ajudam em nada.
"Todo mundo e todas as coisas têm um lado bom."
Alguns dias se passam e nada do Conde Olaf, mas os Órfãos nem criam expectativas sobre estarem finalmente livres dessa pessoa pérfida, pois no final da rua existe um consultório oftalmologista com o olho igual ao dele. E quando Klaus tem que ir lá após ter seus óculos quebrados, ele retorna estranho, quase parecendo hipnotizado, mas não é possível... Ou é?
O consultório não tem nada de errado inicialmente, a doutora Owell é bonita e bem educada, mas... sua secretaria Shirley é na verdade Conde Olaf disfarçado. Mais uma vez. E a doutora não é uma pessoa tão boa assim, ajudando Conde Olaf no seu plano horroroso.
Agora, Violet e Sunny tem apenas uma a outra para encontrar um jeito de salvar seu irmão e a si mesmas, pois seja lá qual foi o plano desse vilão para colocar as mãos em sua fortuna, elas sabem que será horroroso. É a única certeza que resta nas suas vidas.
“A verdade, sem dúvida alguma, é que nunca se sabe.”
Até agora, todos os livros seguiram a mesma formula. Novo tutor > Conde Olaf disfarçado > Tutor morre > Violet inventa, Klaus lê e Sunny morde. Contudo, dessa vez, os papeis foram trocados de vários personagens: Klaus inventa, Violet lê e quem morre não é o tutor bonzinho, até porque o Senhor é o pior tutor deles, mas um vilão (não que eu ache Josephine uma heroína, é claro meu total desafeto à ela).
"(...) é mais provável a pessoa conseguir o que quer agindo com doçura, como a do mel, do que com acidez, como a do vinagre."
O primeiro livro foi, na minha opinião, uma critica a adoção e ao maltrato domestico; o segundo, aos adultos, o quão difícil é para eles aceitarem que estão errados e acreditarem nas crianças; o terceiro foi a influencia que deixamos o medo ter sobre nós; e este, o quarto, foi em relação ao trabalho não remunerado e infantil. Não tem como Desventuras em Series não ser tão importante como O Pequeno Príncipe, trazendo tantos temas a torna de maneira tão realista e infeliz.
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