Meio Rei
Título: Meio ReiAutor: Joe Abercrombie
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Ano: 2016
Sinopse: Filho caçula do rei Uthrik, Yarvi nasceu com a mão deformada e sempre foi considerado fraco pela família. Num mundo em que as leis são ditadas por pessoas de braço forte e coração frio, ser incapaz de brandir uma espada ou portar um escudo é o pior defeito de um homem. Mas o que falta a Yarvi em força física lhe sobra em inteligência. Por isso ele estuda para ser ministro e, pelo resto da vida, curar e aconselhar. Ou pelo menos era o que ele pensava. Certa noite, o jovem recebe a notícia de que o pai e o irmão mais velho foram assassinados e não lhe resta escolha a não ser assumir o trono. De uma hora para outra, ele precisa endurecer para vingar as duas mortes. E logo sua jornada o lança numa saga de crueldade e amargura, traição e cinismo, em que as decisões de Yarvi determinarão o destino do reino e de todo o povo.
Yarvi não é um bastardo, ele não é um filho ilegítimo do rei, é pior do que isso; ele nasceu com uma deformidade física na mão esquerda que o dificulta a ser um guerreiro, e, apesar de não ser o herdeiro ao trono, ele continua sendo uma decepção para o Rei. Seu pai.
“Um rei deve vencer. O resto é insignificante.”
“O alimento do medo é a ignorância, costumava dizer mãe Gundring. A morte do medo é o conhecimento. Quando você estuda uma raça de homens, descobre que são somente homens, como quaisquer outros.”
E a única coisa que Yarvi pode fazer é estudar com a Mãe Gundring para ser tornar o próximo Ministro, alguém que dá conselhos ao Rei, auxiliando em suas decisões, porque ele pode ser meio homem, como todos dizem, mas tem um cérebro completo (e maior do que a maioria).
Se tornar um Ministro significa abandonar quem é, abandonar seu nome e sua família, e se tornar Pai Yarvin, e isso é o que Yarvin quer, mas... As coisas não terminam como esperado.
Faltando poucos dias para fazer o teste que decidirá se ele está ou não apto para ser um Ministro, uma tragédia acontece e muda sua vida. Seu pai, o Rei, foi assassinado. E, seu irmão, o herdeiro ao trono, também. O que significa que Yarvi agora é o Rei.
“-O que foi? – perguntou Yarvi, a garganta apertada de medo. Seu tio se ajoelhou, apoiando as mãos na palha oleosa. Baixou a cabeça e sussurrou apenas duas palavras, com a voz rouca:
-Meu rei.
E Yarvi soube que seu pai e seu irmão estavam mortos.”
No leito de morte do pai e do irmão, Yarvi promete fazer os culpados pagarem, nem que seja começando uma guerra, não importando as consequências, só que elas se revelam maiores do que o esperado e suportado, envolvendo traições, sangue e morte.
Meio Rei é um livro de fantasia que não me encantou completamente. Pode ter sido tanto por eu achar lento quanto por estar esperando algo parecido com a Trilogia dos Espinhos (The Prince of Thorns é o primeiro), que tem muito mais morte, sangue e traição. (Nessa ordem).
“Yarvi havia enganado a Morte meia dúzia de vezes nas últimas semanas, mas não importa quanto você seja forte ou inteligente, não importa que os deuses lhe favoreçam no clima e nas armas, ninguém pode enganá-la para sempre. Heróis, Reis Supremos, avós do Ministério, no fim todos passam por sua porta: ela não abre exceção para rapazes manetas de boca grande e temperamento amargo.”
O final me surpreendeu? Sim. Quem imaginaria aquele desfecho? Eu não. E eu gostei da evolução do protagonista, de uma criança a um homem endurecido pelo frio e pelo sangue que o tocou, mas não achei algo completamente veredicto. Foi como se num momento ele fosse um e no outro, alguém diferente; não teve um período de duvida em relação a essa dualidade. E depois há, novamente, uma mudança repentina.
“Quem tinha sido. Menino ou homem? Teria morrido fugindo ou lutado com bravura? Qual era a diferença agora, afinal?”
“Uma vez, depois que seu pai havia batido nele, furioso, a mãe o encontrara chorando. O tolo bate, dissera ela. O sábio sorri, observa e aprende. Depois bate.”
Meio Rei é o primeiro livro de uma trilogia que ainda não decidi se irei ou não continuar. A leitura não foi ruim e também não foi maravilhosa, e o pior é sempre isso, essa duvida quanto ao que fazer. No momento, outros livros têm prioridade.
E a frase que eu mais amei:
"Não quero ficar livre; quero ficar em segurança."
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