A Descoberta das Bruxas

Título: A Descoberta das Bruxas - Trilogia das Almas 1
Autora: Deborah Harkness
Editora: Rocco
Páginas: 640
Ano: 2011
Sinopse: A professora Diana Bishop foi convencida pelo medo de que é melhor ser humana do que bruxa. Mas quando descobre um antigo manuscrito com a origem de espécies sobrenaturais, fica muito próxima do mundo do qual sempre fugiu. Demônios e vampiros passam a cruzar seu caminho, e o instinto de sobrevivência dessas criaturas faz Diana ser uma presa vulnerável. Até que ela seja capaz de dominar os próprios dons e usar seus poderes.



Tem como não ser quem você é, o que você é? Diana Bisoph está disposta a tentar. Ela passou a vida toda desde a morte dos pais fingindo ser uma humana quando na verdade é uma bruxa, negando a magia que faz parte de quem ela é, do que ela é, fechando os olhos para o mundo que vive.

"-Não uso magia nem poder nem feitiçaria ou o nome que se dê. Isso não tem nada a ver com quem eu sou.
-Claro que a magia tem a ver com você. Está no seu sangue. Está nos seus ossos. Você nasceu de uma bruxa, da mesma forma que nasceu loura e de olhos azuis.
-Eu não quero isso – disse entre os dentes. – Não escolhi isso.
-O que há de errado com a magia? Esta noite você pareceu feliz com o poder de empatia de Amira. Um poder que deriva em grande parte da magia. O talento de uma bruxa não é nem melhor nem pior que o talento de um compositor ou de um poeta... é apenas diferente."

No universo onde essa trilogia é ambientada, o mundo é o mesmo que nós vivemos, só que os humanos não são os únicos seres pensantes, também existem as criaturas: bruxas, vampiros e demônios, que se ocultam dos humanos, visto que eles são mais numerosos, além de serem proibidos de se relacionarem com outras criaturas e se envolver na política e religião humana.
Mas, quando Diana encontra o Ashmole 782, um manuscrito protegido por magia que parece contar a origem e os segredos das criaturas, sua vida é inundada por criaturas que ela tentou tão fortemente fingir que não existiam. Em especial, Matthew Clairmont,um vampiro muito antigo que todos parecem temer. E que parece protegê-la.

"Eu tive a exata dimensão do que significava amar um vampiro quando coloquei o livro de contabilidade de volta à estante. Não era a idade de Matthew que dificultava as coisas, nem os hábitos alimentares, nem o fato de que ele matava seres humanos e continuaria matando. Eram os segredos que ele guardava."

Tenho sentimentos conflitantes em relação ao livro, é a quarta vez que leio e estou me sentindo um pouco desesperançada em relação a história. Da primeira vez achei tudo maravilhoso, embora não tenha compreendido muito bem todos os acontecimentos científicos a respeito do DNA e da evolução humana, principalmente quando se acrescenta as criaturas nesse processo. Quando eu já entendia mais do assunto, como dessa vez, eu achei chato as longas descrições, desnecessário, e sai pulando-as, indo direto aos diálogos.

"-Mamãe?
Sim, Diana.
-Fiz o que você me pediu. Guardei os meus segredos... de todos.
Sei que foi difícil.
-E você tem segredos?
É claro que tenho.
-Pode me contar um deles?
Sim. Você. Você é o meu maior segredo.
-Mas eu estou aqui? Como posso ser um segredo se estou aqui?
Magia."

Mas, apesar de tudo isso – de humanos, bruxas, vampiros e demônios dividindo o mesmo espaço; de um romance proibido entre espécies diferentes; de mortalidade VS imortalidade – de todos esses clichês que já vimos, a autora ainda encontrou uma forma de criar uma história em que tudo seja plausível. Quantos livros de fantasia que envolve ciência fazem sentido? Não muitos.

"Claro que não somos as primeiras criaturas que se apaixonam por quem não deveríamos e seguramente não seremos as últimas."

Os pontos positivos superam de longe os negativos, esse livro é ótimo para quem gosta de romance proibido e fantasioso, mas sem perder de vista o concreto, desde que não se intimide pelo tamanho, porque o livro tem mais de 600 páginas e as folhas não são pequenas ou as letras grandes.
Citações do livro.