Livro #161: Geekerela

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Geekerela

Título: Geekerela
Autor: Ashley Poston
Editora: Intrínseca
Páginas: 384
Ano: 2017
Sinopse: Quando Elle Wittimer, nerd de carteirinha, descobre que sua série favorita vai ganhar uma refilmagem hollywoodiana, ela fica dividida. Antes de seu pai morrer, ele transmitiu à filha sua paixão pelo clássico de ficção científica, e agora ela não quer que suas lembranças sejam arruinadas por astros pop e fãs que nunca tinham ouvido falar da série. Mas a produção do filme anunciou um concurso de cosplay numa famosa convenção valendo um convite para um baile com o ator principal, e Elle não consegue resistir. Na Abóbora Mágica, o food truck vegano onde trabalha, ela encontra a ajuda de uma amiga cheia de talentos para moda que vai criar o traje perfeito para a ocasião. Afinal, o concurso é a chance de Elle se livrar das tarefas domésticas impostas pela terrível madrasta e das irmãs postiças malvadas. Já Darien Freeman, o astro adolescente escalado para ser o protagonista do filme, não está nada ansioso para o evento, embora o papel seja seu grande sonho. Visto como só mais um rostinho bonito, o próprio Darien também está começando a achar que se tornou uma farsa. Até que, no baile, ele conhece uma menina que vai provar o contrário.


Elle tem uma pessimadrasta, duas meia-irmãs gêmeas malvadas, muito trabalhos a fazer em casa quando mais ninguém a ajuda, um trabalho no food truck (trailer de comida) vegano Abóbora Mágica, e um vício não tão secreto por coisas nerds, especialmente Starfield.
Starfield é uma série que o pai de Elle apresentou-a, a única lembrança que ela tem dele e de sua mãe, que se conheceram na Excelsicon, uma convenção feita pelo pai dela para todas as coisas nerds que temos direito.
Agora, Starfield vai ter um remake (tipo Star Trek 2.0 com Chris Pine, o Chris menos famoso segundo o próprio) e o pior acontece: o astro adolescente Darien Freeman (é seu parente, Morgan Freeman?) que deve não sabe nada sobre o quanto essa série é importante para os fãs, os fãs reais, vai ser o protagonista!

"Quero abrir meu coração fanático e mostrar que sangra igual ao de qualquer outro pistoleiro estelar. Quero dizer a ele que o Príncipe da Federação salvou minha vida. Mas não faço nada disso."

Não aguentando mais sua vida, Elle decide ir para a convenção para participar de um concurso de cosplay, num cosplay do Carmindor, fazendo o personagem muito melhor do que Darien faria, e ganhar o dinheiro para mudar de vida. (Diferente da sinopse que diz que é para "se livrar das tarefas" ou, melhor, vale um convite para o baile, que "Elle não consegue resistir"!)
Entrementes, temos Darien Freeman, o astro pop, com rostinho bonito e seguro para o abdomen (é, também fiquei assim), sem talento para interpretar ou conhecimento do que é Starfield, contudo... 
Tenho que dizer: abaixo de toda aquela pose de galã, Darien é um nerd. E com piadas surpreendentes. E um pai/empresário horrível. E uma assistente maravilhosa.
Darien Freeman é mais do que um rostinho bonito.

"É mais fácil sermos quem queremos ser quando não estamos tentando ser quem todo mundo pensa que somos."

Não querendo participar da Excelsicon, Darien liga para o fundador dela, mas o número acaba sendo um erro (Fundador? Excelsicon? Hello?) e eles, Darien e Elle, começam a conversar. Obviamente. (Isso me lembra todos os filmes da Cinderela que já assistir.)
Eu sei, muitas explicações sobre a história e tudo, mas eu sinto que devo explicar isso. A sinopse disponível pela Intrínseca faz pensar que "o amor acontece" no baile (eu estava meio receosa quanto a isso), muito à primeira vista que eu não gosto, todavia não é verdade.
Antes disso tudo, antes do 23 dias para fazer o filme (nunca imaginei que um filme fosse filmado tão rápido), antes do baile e do cosplay e deles terem realmente se visto, eles se apaixonam. Por mensagens.

"-Boa noite, Car.
-Boa noite, vossa alteza suprema intergaláctica.
Escondo o celular debaixo do travesseiro. Porque não sou uma princesa. E este é o universo impossível, onde nunca acontece nada de bom."

Tem tanta referência a personalidades famosas que me pergunto se alguém se sentiu ofendido ou precisou de uso de imagem. Há citações a tudo que é gente, a Chris Pine, Chris Evans e Chris Hemsworth, a trindade dos Chris que temos direito, bem como a acontecimentos tipo o fato de Ryan Reynolds, interprete do Deadpool, ter ficado com o traje do seu personagem, etc, etc...
Hum, a narração é intercalada entre Elle e Darien e aos poucos vamos conhecendo um pouco sobre eles, como Darien é uma pessoa abaixo de tudo aquilo e que às vezes ele cria um personagem para usar, porque existe o Darien Freeman que as pessoas conhecem e existe o que ele não sabe quem é, mas que aparece facilmente quando conversa com Elle. E Elle, bem, Elle é... Bem, enquanto Darien confia em todos e tenta esperar o melhor das pessoa (embora exista um limite até para ele, até para Jennifer Lawrence), Elle precisa aprender a se abrir, a se dar a chance de confiar em alguém, porque se você não dá espaço, ninguém entra.

"Abro as mãos, estufo o peito. Relaxo. Sou metade do meu pai. Metade do meu herói. E sou metade da minha mãe. Uma parte suave e delicada, outra dura e afiada. E se eles podem ser Carmindor e Amara, o sangue em minhas veias afirma que eu também posso. Sou a princesa perdida. A vilã da minha própria história, e a heroína também. Sou um pouco da minha mãe e um pouco do meu pai. E existo neste universo. Sou o possível e o impossível. Não posso dizer que não sou ninguém. Sou o legado dos meus pais."

Geekerela tem tudo que se espera de uma adaptação moderna da história tão conhecida da Disney (Cinderela sempre foi minha princesa favorita, com aquele cabelo loiro e vestido azul): uma meia-irmã que não é tão má assim (na versão animada, claro, não sei a da live action), uma perca de sapatinho de cristal, e o tal famoso acontecimento perca a hora e vira abóbora. Mas também tem coisas modernas, como as já citadas referências.
A única coisa que eu não gostei é que se você não assistiu o original, não suportou a qualidade e feitos ruins, você não é fã de verdade? Eu não gosto da série original de Star Trek, mas gostei do remake, com Chris Pine (é, o menos famoso). Então eu não sou fã?

"APONTAR PARA AS ESTRELAS. MIRAR. DISPARAR."

Últimas palavras de Geekerela, nos agradecimentos, que eu amei: "qual é o seu nome de usuário?"
O meu é Yuki Kurohime.

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