Livro #160: O Universo contra Alex Woods
Editora: Rocco
Páginas: 400
Ano: 2014
Sinopse: Um meteorito atinge o jovem Alex Woods, deixando cicatrizes e marcando o garoto para um futuro extraordinário. Mas antes de chegar lá ele tem que enfrentar uma infância conturbada. O universo contra Alex Woods é um encontro de curiosos incidentes, astronomia e astrologia, e as inesperadas conexões que formam o mundo, além de uma bela homenagem à obra do consagrado escritor Kurt Vonnegut. Gavin Extence demonstra sensibilidade e humor incomuns para tratar de assuntos complexos como epilepsia e eutanásia. E com habilidade e muito leveza, deixa uma pergunta na cabeça de cada novo fã: até onde iremos por uma verdadeira amizade?
Alex é uma celebridade universal desde que foi atingido por um meteorito, ficado em coma por 13 dias e acordado sem nenhuma memória do que aconteceu, apenas sequelas.
O impacto com a Rocha, como chama, causou danos em seu lobo temporal e agora Alex tem epilepsia quando fica nervoso, sem dormir ou uma junção de tudo isso - epilepsias que podem ser parciais ou completas, em que estas últimas são acompanhadas de desmaio.
"Às vezes quando as pessoas te pedem uma explicação completa, você sabe muito bem que é a última coisa que elas querem. Sério, elas querem te dar um parágrafo que confirme o que elas já pensam que sabem. Querem algo que caiba direitinho numa caixa de formulários policiais. E isso nunca pode ser uma explicação completa. Explicações completas são bem mais confusas. Elas não podem ser transmitidas em cinco minutos despreparados do começo ao fim. Você tem de dar a elas tempo e espaço para desdobramentos."
Hum, então, a história do livro. O livro é sobre Alex Woods, isso é tudo que você precisa saber. O livro conta a história dele desde que acordou no hospital, sem lembranças de ter ido parar lá - embora pudesse ter começado de qualquer outro lugar.
Na vida, não existe um começo ou fim, mas já que precisa de um para conta essa história, Alex escolhe isso.
Mas!
O livro em si, o primeiro capítulo, começa com Alex sendo parado pela polícia, com Sr. Peterson ao seu lado no carro, embora a única coisa que esteja ali seja um pote.
"É possível encontrar ordem no caos, e é igualmente possível encontrar caos sob uma ordem aparente. Ordem e caos são conceitos fugidios. São como pares de gêmeos que gostam de trocar de roupa de tempos em tempos. Ordem e caos frequentemente se misturam e se sobrepõem, o mesmo ocorre com começos e finais. As coisas em geral são mais complicadas ou mais simples do que parecem. Frequentemente dependem da nossa perspectiva."
(Então... não sei o que dizer sem spoiler, esperem por spoiler.)
Alex está sendo procurado pela polícia, Sr. Peterson está morto e todos querem saber o que aconteceu.
Ao decorrer dos capítulos, Alex conta mais sobre si, do meteorito e de como foi atingido através de suas pesquisas em jornais, até chegar a quando conheceu Sr. Peterson, de como eles viraram amigos e... de como tudo chegou ali.
"-Acho que tudo bem lutar se está defendendo alguém que está em perigo e não pode defender a si mesmo, não é?
-Há uma exceção para toda regra.
-Então o senhor deixaria de ser pacifista por um último recurso?
-Escute, moleque, a moralidade não é branca ou preta. Há grandes áreas cinzentas. Acho que, pelo que você está me dizendo, talvez sua mãe concorde com isso também. "
Eu gostei do Alex. Tenho que confessar que pensei que ele tinha autismo, alguma Síndrome de Savant, alguma coisa, porque algumas coisas batem. Ele é inteligente dependendo a quem pergunte, não o tipo de inteligência que esperam que ele tenha, que alguém da idade dele deveria ter. E inocente, o tipo de inocência que você pode até dizer que alguém não é inteligente, mas Alex é.
"Meu autodidatismo havia sido de guerrilha, no máximo, e a maioria do conhecimento na minha cabeça era do tipo errado de conhecimento. Eu não sabia metade das coisas que eu deveria saber com doze anos."
"Eu podia ser único por ser a única pessoa que parecia simultaneamente ser inteligente demais e burro demais."
Esse livro tem uma temática de (spoiler) suicídio assistido, então, se você não gosta desses temas, não leia, se você não se sentiu confortável com Como eu era antes de você, você com certeza não irá se sentir com esse, não que o livro trate mais profundamente sobre isso, mas há uma dissecação melhor sobre os motivos e do que leva alguém a fazer isso. É certo? É errado? Alguém deveria escolher isso?
"-Não acha que é bom servir o seu país? - perguntei. -Não, não acho - o Sr. Peterson disse. - Acho que é bom servir seus princípios. E no exército você não pode escolher suas batalhas de acordo com sua consciência. Você mata sob ordens. Jamais ceda seus direitos de tomar suas próprias decisões morais, moleque.
-Vou tentar - eu disse."
Eu pude entender muito melhor nesse livro o porquê e... eu estou refletindo sobre isso. Livros devem te fazer refletir e esse me fez duvidar das minhas opiniões. Se você superar o tema (se não gostar desses temas), se superar descrições um pouco longas de alguns acontecimentos, você vai ficar do mesmo jeito que eu e, como bônus (eu adoro esses bônus!), terá maravilhosas recomendações de livros para ler do autor Kurt Vonnegut, que eu nunca conheceria se não tivesse lido. (Você o conhece agora sem precisar ler esse livro, mas eu tive a sorte de tê-lo como bônus.)
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