Livro #175: Stardust - O Mistério da Estrela

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Stardust: O Mistério da Estrela conta a história do jovem Tristran Thorn, que promete capturar uma estrela cadente para conquistar o coração de sua amada. Para levar a cabo a missão, Tristran tem que atravessar o portal que separa o vilarejo de Muralha, encrostado “num alto afloramento de granito no meio de uma pequena região de floresta”, na Inglaterra Vitoriana, da Terra Encantada. Poucos ousam cruzar o portal, exceto durante a Festa da Primavera, que acontece de nove em nove anos. Nessa época, uma grande feira se instala no local e os moradores de Muralha, bem como visitantes de todas as partes do mundo, entram em contato com os seres que habitam o outro lado. Foi o que ocorreu muitos anos antes, quando Dunstan Thorn, o pai de Tristran, cruzou o portal e conheceu uma bela e misteriosa jovem de olhos cor de violeta, a verdadeira mãe de Tristran. Em sua jornada pela Terra Encantada, Tristran Thorn, que desconhece sua origem, mas tem a força impetuosa dos apaixonados, enfrentará perigos e armadilhas, conhecerá seres fantásticos, que vivem num mundo regido por leis próprias, e precisará de inteligência, coragem e uma boa dose de intuição para realizar o Desejo de seu Coração, ao melhor estilo das narrativas de fantasia. Sua luta, no entanto, revela-se outra ao longo das páginas. E sua saga é temperada pelo bom humor, a ironia e a visão singular do bem e do mal, do certo e do errado, do real e do imaginário, da vida e da morte que caracteriza a obra de Neil Gaiman. (Skoob)
GAIMAN, Neil. Stardust: O Mistério da Estrela. Rocco, 2008. 280 p.

"É que de nove em nove anos, o povo de Para Lá da Muralha e do outro lado do morro armava suas barraquinhas e, por um dia e uma noite, a campina abrigava a Feira Encantada. E, por um dia e uma noite em nove anos, havia comunicação entre as nações."

Todo mundo conhece o filme, então... filmes e livros nunca são parecidos, mas a temática da história continua a mesma: garoto promete estrela, estrela não é um objeto, mas um ser senciente, todos a querem.

Hum, o que dizer? O filme (ainda nele) é muito mais dramático do que o livro, há uma simplicidade no livro que não aparece no filme, uma evolução dos personagens e uma justificativa para a ação deles, uma reação causa-consequência que, mesmo sabendo como é a história, assistido o filme, ciente de como termina, ainda surpreende, porque é nos detalhes que se faz a história.

"E, inexperiente demais para sentir medo, jovem demais para se deixar assombrar, Tristran Thorn transpôs os campos que conhecemos......e entrou na Terra Encantada."

Primeiro eu fiquei me perguntando cadê o clímax da história, a luta, aquele momento que tudo dá errado e o personagem perde a esperança, mas então aconteceu algo muito melhor do que isso: as fronteiras entre os mundos se desfaz, essa visão maquineísta de bom e mau, como se alguém só pudesse ser um ou outro e não apenas algo, alguém, vivo, com poder de escolhas a cada momento.

Eu realmente adoro quando livros mostram isso de que não existe bem e mau, apenas pessoas, principalmente num livro de fantasia que essa divisão é bem demarcada. E eu sempre tenho isso com as histórias de Neil Gaiman. Até as que eu li ao menos.

"-Nós só comemos escuridão - disse ela - e só bebemos luz. Por isso, nã-não estou com fome. Estou me sentindo sozinha, apavorada, com frio, mu-muito infeliz e acorrentada, mas nã-não estou com fome."

Enfim, é diferente do filme e no final foi bem melhor. Ler Stardust: O Mistério da Estrela foi um pouco nostálgico, como se você ainda fosse uma criança e alguém estivesse lendo para você um conto de fadas, porque é isso que Neil Gaiman faz: ele conta a história e ele é um narrador onisciente e presente e eu simplesmente amo essas histórias, esses contos de fantasia dele.

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