Livro #232: Quem tem medo do feminismo negro?

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Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista CartaCapital, entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante.
Djamila Ribeiro | Quem tem medo do feminismo negro? | Companhia das letras | 2018 | 152 p.


Quem tem medo do feminismo negro? é uma coletânea de ensaios que foram publicados por Djamila em CartaCapital. Ela aborda feminismo, racismo e o feminismo negro.

Ok, Bela, mas o que é o feminismo negro?

Primeiro, preciso apontar que existe várias formas de ser mulher, não há um padrão universal, e o livro traz isso, mostra que cada mulher é única e não se pode falar de um feminismo geral. O feminismo negro seria a respeito das lutas de mulheres negras, que sofrem machismo, sexismo e racismo.
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"Pessoas que lutam contra as desigualdades não se fazem de vítimas: são vítimas de um sistema perverso e, ao mesmo tempo, sujeitos de ação, porque o denunciam e lutam para mudá-lo."
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Eu sempre gosto de me questionar sobre meus pensamentos. Não estamos livres dos preconceitos, ninguém está. E esse livro traz uma ótima oportunidade para repensar situações das mais diversas, das mais cotidianas.

Dois pontos que eu não gostei do livro foi o tom e o fato da autora dizer que não deve existir primazia nas opressões, porque todos são opressões (o que eu concordo, não estou negando isso; adorei isso), e depois faz uma escala de opressão.

Na minha opinião, é desnecessário mensurar sofrimento, não é uma competição de quem sofreu mais ou menos.
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"Pensar a interseccionalidade é perceber que não pode haver primazia de uma opressão sobre as outras e que é preciso romper com a estrutura."
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Tenho até medo das repercussões.

Mas.

Estou sempre aberta a discussões pelo direct; adoro problematizar o meu próprio pensamento, só não vamos baixar o nível. E, se vamos debater um tema, por favor, leia o texto base (esse aqui, que gerou tudo mais) primeiro.

Livro participante da Maratona TriLit na categoria "livro pequeno".
Livro participante do #desafiosleituraatnoon2020, na categoria "autora negra".

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