Livro #279: Um estudo em Charlotte

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No primeiro livro da série protagonizada pela jovem Charlotte, descobrimos que o talento para solucionar crimes corre no sangue da família Holmes. Com apenas 10 anos, a mais nova descendente do detetive ajudou a polícia a recuperar diamantes que valiam três milhões de libras. Agora, no ensino médio, a capacidade analítica da jovem é posta mais uma vez à prova quando um estudante da escola que ela frequenta nos Estados Unidos aparece morto sob circunstâncias intrigantes, aparentemente inspiradas em uma das histórias mais aterrorizantes de Sherlock Holmes. Os principais suspeitos do crime? Charlotte Holmes e Jamie Watson. Sim, esse mesmo, o tataraneto do fiel amigo do detetive inglês. Como Sherlock, Charlotte toca violino, é ótima em assumir diferentes disfarces, conduz experimentos forenses e tem uma fraqueza por opiáceos. Apesar de também ter herdado a audácia e petulância do tataravô, Charlotte tem seus próprios mistérios. Já Jamie sempre foi intrigado pela moça, mas, apesar do histórico familiar, os dois só se conhecem poucos dias antes do crime. Juntos, eles terão que provar que não são os culpados e, para isso, precisam agir como detetives.

Brittany Cavallaro | Um estudo em Charlotte | Rocco | 2019 | 384p.



Novembro foi um mês literário difícil para mim, tanto porque eu estava viciada nos doramas quanto porque meu gênero da vez era mais na linha leve e divertido e romântico e eu não estava lendo nada disso.


Embora Um estudo em Charlotte soube dosar tudo bem e me fazer devorar o livro, porque ele é um mistério, mas um mistério leve, divertido e um pouco romântico sem ser exagerado.


Primeiramente, eu gostei dos personagens. A autora trouxe as características clássicas de Sherlock e John em seus sucessores: Charlotte é uma Holmes e temos a inteligência, o violino, o vício pelas drogas... e um pouco de vulnerabilidade emocional, o que faz com que possamos nos conectar a ela; e Jamie Watson é um escritor e tem aquela crença relativamente inabalável como só Watson's têm em quem é um Holmes, e aquele desejo por crimes e mistérios.


São os personagens originais que conhecemos numa roupagem mais teens (e com Holmes sendo uma garota para que as pessoas convencionais possam shippá-los sem peso na consciência, vamos ser sinceros).


O mistério também tem em sua essência Um estudo em vermelho (escrito por Sir Arthur Conan Doyle) e vários outras referências às aventuras de Sherlock e Watson, conseguindo ser uma leitura juvenil sem soar cansativo. E o mistério realmente me surpreendeu, não conseguir adivinhar quem era o culpado e a motivação pr trás até os últimos momentos.


Infelizmente, eu vi alguns pontos problemáticos na narrativa, principalmente pela maneira como a autora aborda, ao considerar a história de um jeito crítico, como o uso de drogas sem críticas (é um livro juvenil, então isso vai ser algo muito impressionável aos leitores), como o fato de Watson ter problemas de raiva e que num momento se forçou a Holmes (mas ele é amigo dela, não quera fazê-la mal... ainda é errado!). Espero que tais pontos sejam melhores abordados na continuação.


De modo geral, eu gostei da história, mas não estou dando 5 estrelas, porque... ficou faltando algo. Uma dose de algo que não sei nomear, mas com certeza é uma leitura que eu faria de novo e que irei ler a continuação.

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