Livro #152: Gregor e o Código da Garra - As Crônicas do Subterrâneo 5

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Gregor e o Código da Garra

Título: Gregor e o Código da Garra - As Crônicas do Subterrâneo 5
Autora: Suzanne Collins
Editora: Galera Record
Páginas: 400
Ano: 2013
Sinopse: Gregor precisa mais uma vez cumprir sua profecia e salvar a cidade de Regália. Porém, desta vez, de acordo com a Profecia do Tempo, o herói do Subterrâneo não sobreviverá à missão. E, conforme o dia da sua provação se aproxima, Gregor acha cada vez mais difícil lidar com tudo a sua volta ao mesmo tempo em que se conforma com o destino. Mas será que ele deveria se conformar?


Gregor tem 12 anos.
E é o Guerreiro, aquele que livrará o Subterrâneo do caos e da escuridão e dos ratos.
Ele é um colérico, um matador entre matadores.
E ele vai morrer.

"A guerra foi declarada,
Seu aliado, capturado.
É agora ou nunca mais.
Decifre o código ou morrerás.

O tempo não para de passar.
De passar.
De passar.

Ao Guerreiro, minha espada.
Pela mão dele sua sorte é selada.
Mas não se esqueça do tique-taque
Ou clique-claque, clique-claque, clique-claque.
A língua de um rato pode estalar,
Mas são os pés que se põem a tramar.
Pois é nas patas, não nas caras
Que se faz o código da garra.

O tempo agora congelou
Congelou
Congelou.

Pois se a Princesa é a chave
Para decifrar a deslealdade,
Ela não pode fugir de lutar
Ou do arranhar, arranhar, arranhar.
Quando uma conspiração é tramada,
No nome está a charada.
No que ela viu está a falha
Do código da garra.

 O tempo começou a voltar
Voltar
Voltar.

Quando o sangue do monstro for derramado
Quando o Guerreiro for assassinado
Você não deve ignorar o matraquear,
Ou o bater, bater, bater.
Se os roedores o pegarem a cochilar
Apodrecerá enquanto eles vão instaurar
A lei daqueles que roem
Dentro do código da garra."

A Profecia do Tempo, a profecia que ninguém queria lhe dizer, diz que o guerreiro será assassinado e o sangue do monstro derramado e... Gregor não sabe como se sentir sobre isso, mas ele sabe que vai lutar.
Pessoas que ele gosta estão ali embaixo, vivendo e lutando e morrendo e ele não vai abandoná-las. Tem sua mãe, tem suas irmãs, tem tantos subterrâneos que são seus amigos e tantos de outras espécies. E tem Luxa. Ele não pode deixá-la morrer, não pode abandoná-la depois de tudo que eles já fizeram um pelo outro - Gregor não poderá se perdoar se fizer isso. E ele a ama, está apaixonado por ela.

"O que aconteceu em seguida provavelmente teria levado meses ou até mesmo anos para se desenrolar caso o tempo dos dois ão fosse tão curto, se a guerra não tivesse chegado para acelerar tudo e lhes dar a sensação de que as coisas que eles tinham para viver precisavam ser vividas agora ou nunca mais. "

Ok. Minha nossa. Isso foi... demais! Não vou falar nada além disso do enredo para não estregar todas as surpresas, mas você pode esperar por tudo que tem direito: vidas, mortes, reviravoltas e re-reviravoltas e... tudo. Principalmente reflexões.
Você reflete se... Quem está certo: humanos ou ratos? Qual é o lado certo, bom? Ele existe? Sinto dizer que não, não existe; numa guerra não existe lado bom e certo, bem e mau evidentes, só existe o agora e a sobrevivência de si e das pessoas que você ama.
Gregor não está lutando porque é o certo, porque é o Guerreiro das profecias, porque acredita que os subterrâneos merecem viver e que o doido do Sandwich que escreveu as profecias estava certo, mas porque sabe que, se não lutar, pessoas que ele ama irão morrer.

"A razão pela qual deveria matar os ratos, o motivo pelo qual eles deveriam morrer tinha a ver com... tinha a ver com... (...) Tinha a ver com as coisas que haviam acontecido e que estavam para acontecer; não apenas com ele, mas também com outros que não eram guerreiros, caso aqueles ratos não fossem detidos."

Não sei nem o que dizer. Não pareceu com um fim, mas com um começo. Porque não pareceu. Simples assim. Eu não sei explicar, mas você não termina a história com o vazio normal de depressão pós-fim ou com aquela tristeza e aquele sentimento que falta algo, porque não falta, todos os pontos foram ligados, foi uma das melhores histórias que já li (e não parece um livro infanto-juvenil, está mais para jovem adulto), mas não parece com um fim.
(Se alguém souber de uma boa fanfic pós-guerra, não importa a língua, eu quero.)
Tem um personagem que morreu que eu não esperava, mas não sinto como se fosse errado - sim, estou triste e não parece certo que ele teve que morrer, mas também não foi errado. Eles estavam numa guerra, seres morrem, a vida tem que continuar apesar disso - ela continua apesar disso, passando por cima de quaisquer ferimentos que você tenha.

"Como poderia voltar depois de tudo que passara? Depois da transformação que sofrera? Onde um garoto de 12 anos, um guerreiro, um matador, conseguiria se sentir em casa? Não na Superfície. No Subterrâneo, então? Não (...). Porque, por mais que os humanos o tivessem idolatrando no tempo de guerra, quem iria querer sua presença constante depois? Não havia lugar para Gregor. Nem em cima, nem embaixo, nem no meio do caminho. A verdade era que ele e Bane não eram tão diferentes assim, afinal. Ambos haviam sido jogados naquela confusão sem entender bem o que se passava. Ambos haviam sido manipulados - Bane pelos ratos, Gregor pelos humanos - para encabeçar aquela guerra. E ambos estavam agando com as próprias vidas. Vê-los mortos seria um alívio para todos."

Esse livro tem romance, tem ação, te faz refletir e indignar-se e chorar. E, na minha humilde opinião literária, é um dos melhores escritos da Suzanne Collins - essa é a melhor série dela. E eu quero uma continuação (legitima, escrita pela própria autora), é claro, mas eu entendo porque ela acabou aqui (embora ainda tenha muita história para contar), porque essa é a história do Guerreiro da Superfície... e ele morreu.
Citações do livro.

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