Livro #206: A princesa salva a si mesma neste livro

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Amor e empoderamento em versos que levam os contos de fada à realidade feminina do século XXI A princesa salva a si mesma neste livro, de Amanda Lovelace, é comparado ao fenômeno editorial Outros jeitos de usar a boca, de Rupi Kaur, com o qual compartilha a linguagem direta, em forma de poesia, e a temática contemporânea. É um livro sobre resiliência e, sobretudo, sobre a possibilidade de escrevermos nossos próprios finais felizes. Não à toa A princesa salva a si mesma neste livro ganhou o prêmio Goodreads Choice Award, de melhor leitura do ano, escolha do público. Esta é uma obra sobre amor, perda, sofrimento, redenção, empoderamento e inspiração. Dividido em quatro partes ("A princesa", "A donzela", "A rainha" e "Você"), o livro combina o imaginário dos contos de fada à realidade feminina do século XXI com delicadeza, emoção e contundência. Amanda, aclamada como uma das principais vozes de sua geração, constrói uma narrativa poética de tons íntimos e cotidianos que acolhe o leitor a cada verso, tornando-o cúmplice e participante do que está sendo dito. (Skoob)
LOVELACE, Amanda. A princesa salva a si mesma neste livro. As mulheres têm uma espécie de magia # 1. Leya Brasil. 2017. 208 p.


Há um tempo, eu diria que não gosto de poesia, mas talvez eu estivesse lendo o tipo errado de poesia o tempo todo. O livro começa um, dois avisos, e eu já pensei "oh, eu vou gostar desse livro". Poesia que é poesia te faz refletir, ver além do que é dito, e esse livro me fez.

"a princesa
fechou a si mesma longe

na torre mais alta,
esperando um cavaleiro de armadura brilhante
que viria para

resgatá-la

-não me dava conta de que podia ser meu próprio cavaleiro"

Este livro de poesia divide-se em quatro partes. A primeira é sobre uma garota, apenas uma garota, solitária e machucada, querendo viver em liberdade e segurança e esperando que alguém a resgatasse. A segunda parte fala da moça que virou donzela, que trocou uma torre por outra, com dragões ao invés de bruxas, ou talvez fale de outra garota, dessa vez vez uma donzela, e de como cada um tem suas lutas, suas batalhas, seus monstros. A terceira parte é sobre a rainha, que descobre que não precisa de ninguém para salvá-la, que é seu próprio cavaleiro de armadura brilhante. E a quarta parte... eu estava curiosa sobre o quarto capitulo.

Normalmente (só li Outros jeitos de usar a boca antes), costuma ser sobre dor, perdão e cura ou algo nessa linha, então o que essa parte quatro abordaria? É sobre cura, não a minha; você, não eu. É sobre conselhos, dicas, lembretes... Sobre como VOCÊ é importante e como escrever é importante. E por que todos artistas precisam de uma alma triste, precisam sofrer e sentir tão profundamente?

"quem eu
teria

sido sem

a inspiração

por trás dos meus
demônios

-provavelmente não seria poeta"

Eu realmente adorei esse livro, do começo ao fim, de todos os ângulos, mas... Mas. É mais um ponto que eu não gostei do que algo realmente ruim. Na terceira parte, na da Rainha, no salvar a si mesma, algumas poesias atribuem a salvação da personagem à um terceiro. Não estou dizendo que não precisamos de outras pessoas, mas nossa cura depende de nós mesmos; ninguém nos salva, só podem estar lá acreditando que você pode, você consegue, que você forte e capaz e... que é possível. 

Enfim, recomendo. Quem não gostar de poesia, dê uma chance. Quem gostar, vai amar.

P.S. Acho que vou tirar foto dessa poesia e mandar para X. Sera que é uma indireta muito direta?
P.P.S. Eu acredito em você também para se salvar, para ser seu próprio cavaleiro de armadura brilhante.

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